«A civilização humana é bastante recente. Tem cerca de 10.000 anos. Mesmo assim conseguiu feitos notáveis. Tornou o humano na espécie dominante, estando presente em todos os cantos do globo. Alterou significativamente a própria natureza, através da agricultura e de um sistemático redesenho do ambiente. Desenvolveu um conhecimento profundo das coisas, erradicou doenças, prolongou a vida, gerou bem-estar e felicidade. Aventurou-se no espaço.
No entanto, em muitos outros aspetos a humanidade falhou. Cresceu demais, tornou-se numa praga com consequências nefastas para as restantes formas de vida, desequilibrou a ecologia sofrendo agora os seus efeitos, mas sobretudo não conseguiu organizar-se convenientemente. A humanidade não foi ainda capaz de resolver alguns problemas básicos, como o são a fome ou a guerra. Tanto mais incompreensível quanto se trata de questões que não dependem de condições naturais adversas, mas da organização social determinada pelos próprios membros da sociedade.
A falta de solidariedade e os conflitos constantes remetem a humanidade para uma condição primitiva e tribal que há muito devia estar ultrapassada. Infelizmente, não está.
Vem isto a propósito das Nações Unidas e da recente polémica sobre a eleição do novo secretário-geral. Isto porque as Nações Unidas são um bom exemplo da incompetência organizativa da humanidade. (…)
A escolha do próximo secretário-geral demonstra-o. Pretendeu-se, desta vez, realizar um simulacro de democracia através de entrevistas públicas aos candidatos e uma sucessão de votações que supostamente determinariam tendências maioritárias. Em todo esse processo António Guterres destacou-se. Mas, como a escolha não agrada aos governos de alguns países, de súbito aparece uma candidata saída do frio que, sem qualquer esforço ou exposição, tem garantido um lugar dianteiro. Se as Nações Unidas andavam à procura de credibilidade não será certamente assim que a vão encontrar. Aliás, se a manobra for adiante, o descrédito é total e a irrelevância das Nações Unidas será evidente para todos. Mas isso que importa a gente primitiva?»
Leonel Moura
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1 comments:
O " artista " Moura é um tratado...Sempre a anunciar o futuro. Com calinadas e lugares comuns que denunciam o seu superlativo oportunismo politico.Ninguém sabe a que " ala " do PS pertence. Sempre ao lado dos vencedores para o tráfego de favores e prebendas.É um dos casos mais espampanantes dos " videirinhos " profissionais do regime democrático parlamentar burguês. Como deve ter falta de tempo por causa dos aparelhos computorizados com que " pinta ",os textos que agencia acabam fatalmente por denunciar um " vazio " de ideias abissal e incongruente com o fito supremo, helàs, de marcar lugar tão-só, para o que der e vier... Niet
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