4.11.16

Uma diva na Caixa



«Já percebi que fomos contratar uma Diva para presidente da CGD. Não admira que seja tão caro.

Isto não parece a "equipa de António Domingues", parece a banda do Mick Jagger. Temos os Rolling Stones à frente da Caixa, com as habituais exigências de quem é uma estrela. António Domingues vai exigir um escritório todo forrado a pedra pomes, o chão alcatifado com pelo de coala, cem garrafas de água dos glaciares da Noruega, por dia, e ar condicionado movido a pedal por três virgens suecas. (…)

Em tempos, Passos Coelho recusou fazer o que chamou de "um striptease fiscal". Agora, o presidente da Caixa quer mais de trinta mil euros por mês no decote mas recusa mostrar a coxa. É uma birra injustificável. Começo a desconfiar que o António Domingues tem o Piloto escondido na declaração de rendimentos.

Na verdade, se "tirarmos a pinta" a este novo presidente da Caixa, vemos que tem todo o ar e postura de tubarão banqueiro do privado. É como se a Caixa tivesse ido contratar um pistoleiro para atacar o mercado. Um tipo com sangue frio suficiente para exigir estatuto de privado para trabalhar no público. Parece que a Caixa quer ser mais como os outros bancos, depois de ter andado os últimos anos a salvar esses bancos.

António Domingues entra em cena como um elefante numa loja de porcelanas, o que deve dar muito jeito a quem está desejoso de vender a Caixa aos chineses. Nos últimos dias, depois de todas estas notícias, apareceram, imediatamente, os defensores da privatização da Caixa. Henrique Monteiro, no Expresso, veio logo a cavalo, dizer: "A Caixa devia ser privatizada por uma questão de higiene pública". Claro, Henrique... Quanto mais não seja, porque os privados a gerir bancos têm sido uma limpeza no bolso do contribuinte.»

João Quadros
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