«António Guterres fez, na passada segunda-feira, o juramento da Carta das Nações Unidas e todos nos sentimos muito orgulhosos.
Podemos dizer que foi um nove e meio em termos de Orgulho Nacional Por Ver Portugueses No Poder, numa escala que vai de Durão Barroso ao cão de água português do Obama.
Assistimos a várias manifestações de alegria e emoção, mas sinto-me dividido. Por ser patriota, e vendo como está o mundo, tenho algum receio de que nos venham atribuir as culpas pela III Guerra Mundial. Já sei como é que estas coisas são. No fim, é sempre o tuga que paga. Vão sempre lembrar que estava um António português ao leme da ONU quando a coisa se deu. Ainda nos obrigam a pagar a reconstrução do mundo, incluindo todo os bancos que foram bombardeados. Gosto do Engenheiro Guterres e acho que esta eleição é um presente envenenado. (…)
Muito sinceramente, a ter de ser um português a ocupar o lugar de secretário-geral da ONU, preferia mil vezes o Durão Barroso. Quanto mais não fosse porque sempre tinha menos poder do que estando no Goldman Sachs. E, como ele já tem um bom currículo em termos de contribuir para dar cabo da paz e de organizações de nações, não seria surpresa para ninguém se ficasse associado ao fim do mundo.
Se eu fosse o Engenheiro Guterres, preparava um plano B no caso de isto ir mesmo dar para o torto. Nem seria preciso inventar muito. Pelo contrário, seria uma sequela. Muito simples. Caso a Le Pen vencesse as eleições presidenciais em França, Guterres diria que sentia este resultado, das eleições francesas, como uma derrota pessoal e de como o seu discurso, como secretário-geral da ONU, não tinha tido apoio e demitia-se.
Boa sorte, Senhor Engenheiro.»
João Quadros
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