5.12.16

Simbolismos nacionais



«No dia 1 de Dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa juntaram-se numa despedida sem lágrimas. Elogiando a recuperação do feriado que une os portugueses, o da Independência Nacional, fizeram as exéquias políticas de Pedro Passos Coelho.

É difícil recordar um momento em que um político português tenha sido incinerado assim, sem qualquer misericórdia. Passos Coelho foi removido da política nacional pelo que fez e pelo que ainda julga que pode fazer. As palavras de Marcelo (este feriado nunca deveria ter sido eliminado) e de Costa (houve quem menosprezasse esta data histórica) desnudam a falta de sensibilidade de um político que governou o país como se fosse um jogo de computador e que julga que poderá ressuscitar como salvador da pátria. (…)

Não há memória de uma exéquia política assim, feita a frio, sem contemplações. Depois disto, Passos Coelho pode dizer tudo, mas já ninguém o levará a sério. Ficou na História como alguém que desprezou um símbolo maior de união dos portugueses e algo que, como a bandeira ou o hino, lhes lembra que são independentes. Apesar da dívida. Apesar do défice. Apesar da União Europeia. (…) Passos fica agora só. Já nem terá o trunfo Pedro Santana Lopes. E terá de engolir Paulo Macedo na CGD. Há políticos que chegam assim ao fim. De forma muito triste.»

Fernando Sobral

1 comments:

maria disse...

pois foi. isto escapa à grande maioria dos portugueses, mas Passos fala cada vez mais sozinho.