Há trinta e tal anos, quando as vacas eram mais gordas, os animais já não falavam, mas as redes sociais ainda não o faziam, a empresa onde eu então trabalhava alugou a Galeria dos Espelhos de Versailles para um jantar onde estiveram largas centenas de pessoas, talvez mais de mil. A direcção de Versailles terá encaixado uma boa maquia (como era corrente fazê-lo), tudo aconteceu sem problemas, um jantar provoca muito menos desgaste do que milhares de visitantes, que invadem aquele espaço todos os dias, e não me parece que a História de França tenha saído maculada. (Citei este exemplo, mas podia citar muitos outros, nas mais variadas partes do mundo.)
Vem isto a propósito do rasgar de vestes de uns tantos pela «profanação» de monumentos históricos, alugados para actividades deste tipo ou semelhantes, da «indignidade» que isso significa. Financiar a cultura assim? Mas que horror! Penso, nomeadamente, num artigo que acabo de ler, no esquerda.net, e que me parece de um fundamentalismo absolutamente insuportável e mesmo ridículo.
P.S. - Não estão em causa todos os cuidados e todas as condições contratuais a serem consideradas. E para o peditório da questão de Tomar já dei o que tinha a dar e não é isso que está aqui em discussão.
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