«A Fosun entrou em força em Portugal nos últimos anos. E foi crescendo a sua influência no país. A empresa, que em Portugal detém a Fidelidade, a Espírito Santo Saúde e parte do capital do BCP, foi sempre muito ligada à figura do seu líder, Guo Guangchang, que se tornou um dos mais poderosos empresários chineses. A entrada em Portugal aliou-se, de resto, a uma forte aposta no mercado europeu. A entrada da Fosun no nosso país parece estar a servir para que o grupo chinês esteja aqui a construir um laboratório para a sua actuação noutros mercados. É o que se depreende das declarações há dias do seu fundador e presidente ao diário South China Morning Post de Hong Kong. Segundo ele, o grupo Fosun irá utilizar os países de língua portuguesa para testar um modelo de negócio combinando cuidados de saúde com serviços financeiros, na sequência das aquisições efectuadas em Portugal.
Recorde-se que as compras do grupo em Portugal se iniciaram em 2014 com a compra por 1,04 mil milhões de euros da Fidelidade, a maior companhia de seguros do país, seguida nesse mesmo ano pela compra da Espírito Santo Saúde e que culminaram com um investimento de 174,6 milhões de euros em Novembro de 2016 na compra de uma participação do Banco Comercial Português. "A primeira compra foi um mero acaso, tendo a Fidelidade sido identificada pelo departamento de busca de possíveis investimentos", disse Guo Guangchang ao SCMP, para acrescentar que a partir desse momento "decidimos delinear uma estratégia no sentido de verticalizar as operações em Portugal." Guo adiantou que controlar uma companhia de seguros, um banco e um hospital permite ao grupo criar o que designou por um "ecossistema de negócios inter-relacionados que criam sinergias mútuas." Mais: "Os segurados da Fidelidade podem receber cuidados médicos na Santo Saúde (actualmente Luz Saúde), enquanto o BCP pode fornecer serviços de financiamento pelo que estas unidades de negócio podem enviar clientes de umas para as outras e crescer de uma forma conjunta", disse Guo ao SCMP. O grupo Fosun pretende agora reproduzir o modelo de negócio criado em Portugal nos países de língua portuguesa, incluindo Brasil, Moçambique e Angola em África, Timor-Leste na Ásia, bem como em Macau.»
.
0 comments:
Enviar um comentário