2.11.18

2 de Novembro no cinema: Visconti e Pasolini



Pouco provável, mas Luchino Visconti poderia fazer hoje 112 anos, mas, infelizmente, morreu antes de completar 70. Foi sempre um dos meus realizadores de eleição e seria grande a tentação de recordar aqui muitos dos seus filmes. Limito-me a três, mais do que trivialmente óbvios.

Rocco e os seus irmãos (1960):




O Leoprado (1963)




Morte em Veneza (1971):




E foi também num 2 de Novembro, de 1975, que morreu Pier Paolo Pasolini. Com uma vida atribulada e mais do que polémica, e uma morte trágica, deixou-nos alguns belíssimos filmes, entre os quais «O Evangelho segundo S. Mateus», de 1964, certamente aquele que mais me marcou e de que me recordo melhor.

A surpresa generalizada com que este foi recebido quando apareceu, de um Pasolini marxista, ateu e anticlerical (até condenado anteriormente por blasfémia), mereceu-lhe o seguinte comentário: «Se sabem que sou um descrente, conhecem-me melhor do que eu próprio. Posso ser um descrente, mas sou-o com a nostalgia de não ter uma crença». O filme foi «dedicado à querida, alegre e familiar memória do papa João XXIII», que morreu antes de poder vê-lo.

Um belo Cristo, mais revolucionário do que pastor, que provocou a ira de alguns críticos e o entusiasmo de muitos outros.


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