16.12.18

Imigrantes que não conhecemos




«Chegam diariamente novos rostos a Beja, gente que veio de outros continentes à procura de melhores condições de vida. São a mão-de-obra que falta no país, mão-de-obra barata, entenda-se.

Quatro, seis ou mais pessoas por quarto, vivem em casas ou em contentores, e estes últimos nem sempre são os piores. A limpeza não abunda, ao contrário das moscas, o fogão tem camadas de sujidade. Quem trabalha espera voltar no dia seguinte; quem fica em casa anseia que lhe digam que vai trabalhar. Mão-de-obra barata e paga à hora mesmo que recebam à semana, à quinzena ou ao mês e, às vezes, com atrasos. Emigraram do Senegal, da Guiné-Conacri, do Paquistão, da Índia, do Nepal, etc., e dizem que, mesmo assim, vale a pena. Portugal acaba por ser dos poucos países europeus onde se podem legalizar. E, em Beja, faltam braços para a agricultura. Todos os dias chegam novos rostos. 28 mil estarão neste momento no distrito, grande parte na apanha da azeitona. Mas cada vez menos é trabalho sazonal.»
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