3.4.19

Extrema-direita: não brinquemos, ela anda por aí mais a sério




«João Martins, 44 anos, traz da sua juventude uma convivência com cabeças rapadas e uma condenação de 17 anos de cadeia (cumpriu metade da pena mais um ano, tendo saído por "bom comportamento") pelo homicídio de Alcindo Monteiro, em 1995, no Bairro Alto.

Tido como o ideólogo destes grupos, principalmente o Portugueses Primeiro, o protagonismo de Martins tem sido notado pelas autoridades que o apontam como "líder emergente" da extrema-direita. Desde Mário Machado, o ex-líder dos skinheads, também condenado no caso do Bairro Alto, que não havia outra personagem com este perfil e capacidade de recrutamento.

Casado, com dois filhos, tem insistido em que o passado ficou para trás e que já cumpriu a sua pena. Os seus dotes de orador e o seu conhecimento aprofundado da ideologia nacionalista podem ser trunfos para o PNR.

"Se, no passado, estes grupos assumiam discursos declaradamente racistas e xenófobos, nos últimos tempos a narrativa é de aclamação da história e da identidade portuguesas. O resultado é que há muita gente, que antes refutava o seu discurso fascista, que se começou a aproximar. Mas na essência são a mesma coisa e não perderam os ideais racistas e xenófobos", sublinha uma fonte policial.

O Observatório Antifascista assinala que "a P1 dedica-se sobretudo a atividades culturais, como conferências e ações de cariz social, lavando a imagem da extrema-direita. A associação pode ser encarada, na prática, como braço cultural do partido de extrema-direita. Desconhece-se se mais membros estarão formalmente ligados ao PNR, mas sabe-se que a associação, ainda que com poucos membros, é um dos polos de recrutamento para a extrema-direita".»
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1 comments:

estevesayres disse...

A extrema-direita através do seu partido, e não só tem desenvolvido ao longo dos anos actividades fascistas/salazaristas e muitas delas com apoio da maioria da "comunicação social".
Só para recordar, aos menos atentos nestas andanças, que existem membros que estão ligados não só à "comunicação social" com às polícias e não só, muitos deles têm-se socorrido desta canalha para denegrir a imagem de muitos homens e mulheres da verdadeira esquerda.
Ao longo dos anos, muitos de nós têm sido intimidados não só verbalmente como pessoalmente, tudo isto foi denunciado à comunicação social e ninguém publicou nenhum artigo, e nem foram investigar (investigação jornalística!!!). E fico por aqui