15.4.19

O drama de Tiananmen começou há 30 anos



Foi no dia 15 de Abril de 1989 que tiveram início os protestos na Praça Tiananmen, em Pequim, desencadeados pela morte de Hu Yaobang, ex-secretário geral do Partido Comunista Chinês, anteriormente afastado por defender a necessidade de uma liberalização a nível político.

Na véspera do seu funeral, concentraram-se na Praça cerca de 100.000 pessoas, de lá os protestos irradiaram para diversas ruas de Pequim e, mais tarde, contagiaram outras cidades chinesas. Foram-se repetindo até que, menos de dois meses mais tarde, aconteceu o que todos sabemos, mas alguns ainda tentam ignorar: no início de Junho, os tanques avançaram brutalmente sobre a mítica praça da capital chinesa e tudo acabou em tragédia.

Porque se assinala hoje o 30º aniversário do início dos protestos há relatos de protagonistas, como o de Cheng Xin que declara que «o espaço das liberdades públicos se reduziu desde há trinta anos» e que a Praça Tiananmen nunca poderia ser tomada de assalto hoje, como o foi então: há que passar por entradas de segurança, câmaras que tudo espiam, etc., etc. Estive lá há um ano, confirmo tudo isso e acrescento: 1989 continua a ser tabu intransponível e retive o silêncio da simpática guia que nos acompanhava e que, várias vezes interrogada, foi dizendo que dos acontecimentos de 1989 «nada sabia», que nasceu e vivia então na Manchúria, que nada viu, que não se aprende na escola, que há muitos milhões de chineses que nunca ouviram falar desse não assunto. «Não sei nada, não posso saber, não insistam, por favor.»






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