2.6.19

António Barreto


Há três ou quatro dias, ouvi-o numa entrevista, na RTP3, onde me pareceu sensato e até, de certo modo, «humilde». Leio-o hoje no Público e nem sei como o classificar. Quem tiver acesso que o leia na íntegra, tiro dois excertos que falam por si.

«Enquanto quase toda a gente, na Europa e alhures, tenta fazer aproximações e fugir das polarizações, em Portugal, mais do que nunca desde há 40 anos, está a tentar dividir-se o país em esquerda e direita! É mau caminho! É perigoso! Há umas semanas, quando vimos os deputados de esquerda, em roda, a cantarolar a Grândola no hemiciclo parlamentar, foi dado um sinal. Parece uma anedota, parece risível, mas não é!»

«A unidade da direita pode salvar-nos da extrema-direita, enquanto a unidade das esquerdas pode transformar-nos em reféns da extrema-esquerda.»
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2 comments:

Victor Nogueira disse...

Pois ... Nalgumas crónicas do Público parecia que Barreto tinha refreado a sua deriva para a extrema direita. Mas lê-se que não. E lembro um artigo sum certo José Pinto que no Observador referia algumas centrais da manipulação ideológica agora assumidas pela direita, incluindo de novo o PS, após um intervalo conjuntural Escreve pois José Pinto:«Fiz questão de realçar que, na minha ótica, não tinha sido por lapso ou esquecimento que o Presidente omitira na sua lista pró-europeísta o Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV. Uma omissão em linha com aquilo que venho escrevendo há anos, apoiado em estudos e relatórios internacionais. Como, por exemplo, aqueles que são produzidos pela Fundação Timbro ou pelo European Council on Foreign Relations. Verdade que a primeira instituição é mais dura – chamemos-lhe assim – no uso da terminologia. Chama populista totalitário ao PCP e populistas autoritários ao Bloco de Esquerda e ao PEV. O European Council é mais suave. Contenta-se em incluir o BE e a CDU nos partidos e coligações antissistema. Uma terminologia a que António Costa, no décimo dia da campanha, já tinha recorrido. Uma prova de que não há nada melhor do que as sondagens favoráveis para que a língua fique mais solta.»

José Corvo disse...

António Barreto é um moralista triste.