6.11.19

06.11.1975 - «Olhe que não, olhe que não!»



Nem os seus dois intervenientes, nem muitos dos que assistiram àquele que foi o mais célebre debate da nossa democracia, estão cá hoje para o recordar. Os outros nunca esquecerão o frente-a-frente entre Soares e Cunhal, em 6 de Novembro de 1975. Durou quase quatro horas – uma eternidade impossível de repetir nas televisões apressadas que hoje temos – e o país parou para ver e ouvir.

Há 44 anos, a poucos dias do 25 de Novembro, eram mais do que raros os pontos de acordo entre Soares e Cunhal. Dessa noite ficou para a história uma frase com que Cunhal respondeu a Soares quando este afirmou que o PCP dava provas de querer transformar Portugal numa ditadura: «Olhe que não! Olhe que não!»



Texto com alguns excertos do que foi dito:


Adelino Gomes e José Pedro Castanheira, Os dias loucos do PREC, Expresso / Público, Lisboa, 2006, pp. 382-383. 
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4 comments:

Francisco Apolónio disse...

(E digo eu na minha simples significação: -> «Olhe que não! Olhe que não!» Que cada um um retire a sua inteligente ilação, do que isso significou antes de Abril, depois de Abril, até hoje e, a devida conclusão!
(fga ou FMGA 06/11/2019))

estevesayres disse...

Olhe que sim, olhe que sim!
Não vou fazer nenhum comentário ao debate, mas se me é permitido, e porque este debate aconteceu antes do Golpe do 25 de Novembro de 1975, devo dizer, que pelos visto todos têm algum temor de falar. Será porque ainda existe muita gente viva que estava a favor do golpe?!
O que eu quero dizer é que se o golpe se desse, eu e provavelmente muitos de vós já não estávamos por cá.
Já sei que alguém vai dizer, que isso não seria verdade, porque eram (ao são) da mesma linha política e ideológica.
Um ex-militar da Força Aérea.

estevesayres disse...

Olhe que sim, olhe que sim!

Não vou fazer nenhum comentário ao debate, mas se me é permitido. esta entrevista para os menos atentos foi antes do Golpe do 25 de Novembro de 1975. Devo dizer, que pelos visto todos têm algum temor de falar, e de publicar aquilo que se passou...

Será porque está muita gente viva que esteve a favor do golpe?!

O que eu quero dizer é que se o golpe fosse realizado, eu e provavelmente muitos de vós já não estariam por cá.

Um ex-militar da Força Aérea.


José Diogo disse...

Obrigado pela partilha. Muito interessante!