«Nas ruas de Berlim nasceu em 1989 a Liberdade e a esperança de uma nova ordem mundial. A revolução pacífica que comoveu o mundo mudaria a Europa e reforçaria a Democracia alemã, pilar da nossa estabilidade e paz.
Nas ruas de Berlim hoje não havia judeus, nem muçulmanos, nem estudantes asiáticos ou negros. As organizações de estudantes das várias universidades pediram aos seus alunos estrangeiros para não saírem.
Nas ruas de Berlim marcharam hoje grupos de combate da extrema-direita, alguns condenados por homicídio, nas ruas de Berlim pediu-se o derrube do governo, gritou-se morte aos judeus e desfilaram bandeiras proibidas. Houve ataques a jornalistas. Houve grupos que viajaram de toda a Europa e da Rússia. Havia muitas bandeiras de apoio a Trump.
Nas ruas de Berlim os adeptos das teorias da conspiração, os anti-vacinas, os anti-ciência marcharam ao lado de nazis contra a “ditadura do Corona”. O bando de egoístas que não quer usar máscara prefere a ditadura verdadeira a um constrangimento individual.
Nas ruas de Berlim houve católicos, evangélicos, organizações da sociedade civil, organizações anti-racistas a gritar bem alto: “Rua Nazis”. Os alemães saíram à rua.
Há alturas em que é preciso fazer escolhas e a Polícia de Berlim ao ordenar a desmobilização desta “manifestação” fez a escolha certa. Tire-se-lhe o chapéu.»
Texto e imagem de Helena Ferro de Gouveia no Facebook
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