@Alfredo Cunha
Logo após o 11 de Março de 1975, mais concretamente por decretos publicados nos dias 14 e 15, foram nacionalizadas quase todas as instituições de crédito e de seguros.
Mas 16 de Abril foi um marco importante no processo, já que foi longa a lista de empresas que passou a ser controlada pelo Estado nessa data: TAP, CP, empresas portuguesas refinadoras e distribuidoras de petróleo, de transportes marítimos, de siderurgia e empresas produtoras, transformadoras e distribuidoras de electricidade – entre as quais a Companhia Nacional de Navegação, Siderurgia Nacional, Cidla, Sonap e Sacor.
Ainda de madrugada, o PS emitiu um comunicado em que «saúda as decisões (...) e apela para que o maior número de militantes e simpatizantes se associem à festa socialista, no próximo Domingo, às 15h30, no estádio 1º de Maio, em Lisboa, onde será manifestado o regozijo dos socialistas por essa decisão histórica e o apoio do PS ao MFA e ao Governo Provisório». (Adelino Gomes e José Pedro Castanheira, Os dias loucos do PREC, p.77)
Para esse mesmo dia, ao fim da tarde, foi convocada uma manifestação – promovida pelo PCP e com a adesão de MDP/CDE, MES, FSP, Intersindical, LCI e PRT – de «apoio» e «regozijo» com as nacionalizações. Do Rossio a S. Bento, 100.000 pessoas (segundo notícia do Diário de Lisboa de 17 de Abril) desfilaram com bandeiras de partidos e de comissões de trabalhadores. Por volta das 23:00, Vasco Gonçalves, então primeiro-ministro do IV Governo Provisório, recebeu na residência oficial representantes dos partidos, que lhe manifestaram total apoio às medidas decretadas e a eventuais futuras com a mesma orientação.
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