25.5.21

O Bloco só é relevante se for irrelevante, percebem?



 

«Em 2015, o PS conseguiu um acordo com a Esquerda parlamentar. A sua estabilidade deveu-se à existência de um compromisso escrito com medidas exigentes que foram cumpridas na legislatura. Então, fruto da absoluta necessidade de conseguir o apoio da Esquerda parlamentar para formar Governo, o PS admitiu ceder no seu programa e aceitou medidas novas, até aí impensáveis. (…)

Mesmo sem acordo, o Bloco viabilizou o Orçamento de 2020, bem como o retificativo do mesmo ano. As medidas acordadas não foram, na sua maioria, cumpridas. No final de 2020, ano de pandemia, o Governo tinha deixado por executar 7000 milhões de euros dos orçamentos do ano.

Apesar disto, o Bloco procurou um novo entendimento para o Orçamento de 2021, centrado em quatro eixos: eliminação das leis laborais deixadas pela troika (contra as quais o PS tinha estado), um novo apoio social que protegesse quem não tem subsídio de desemprego, um regime de exclusividade para fixar profissionais no SNS e a eliminação do OE da transferência para o Novo Banco. O Governo rejeitou estas medidas. Elaborou um Orçamento fraco, que coloca Portugal na lista de países que pior responderam à crise, mas, ainda assim, exigiu o voto obediente do Bloco. (…)

A relevância do Bloco está em não ceder a chantagens e não transigir no que conta. (…) Entendo que o PS chame protesto ao que não seja vassalagem. Eu chamo-lhe exigência. É com ela, mas também com vontade de entendimentos sérios, que podem contar sempre. Afinal, é esse o nosso mandato.»

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1 comments:

altaia disse...

O Bloco sabia que não era possível aceitar a não transferência para o novo banco.
E depois quem tudo quer por vezes tudo perde.