9.6.21

E o Turquemenistão lá tão longe…

 



Poder atravessar a pé a fronteira de Caia sem mostrar certificados, ou mesmo ter um Passaporte Verde na mão para andar pela UE, agradeço mas prescindo. São as lonjuras que me fazem uma enorme falta, percorrer outros mundos como este só com uma amiga, no que chegou quase a ser, ou pelo menos a parecer, uma pequena aventura.

Há cinco anos andei pelo Turquemenistão e tive um 9 de Junho bem diferente do de hoje. Bem depois de Alexandre Magno e de Gengis Khan, cheguei a MERV, um dos principais centros da célebre Rota da Seda, com um calor abrasador e estradas que deixavam muito a desejar, numa carripana já bastante envelhecida…

Declarada Património da Humanidade pela UNESCO, há quem defenda que Merv, «A Rainha das Cidades», foi a segunda cidade islâmica (depois de Bagdad) entre os séculos VIII e XIII e mesmo a maior do mundo no século XII durante um curto espaço de tempo. Tenha sido ou não, não há dúvida que teve o papel de um gigantesco polo de intercâmbio comercial e rezam as histórias que nela chegaram a concentrar-se caravanas com 1.000 camelos. Foi incendiada e saqueada durante várias invasões e finamente destruída pelas tropas de Gengis Khan, que, com a embalagem que levavam, queimaram uma biblioteca com mais de 150.000 livros.

Hoje restam ruínas de grandes fortalezas, palácios e mausoléus, muitos a serem actualmente recuperados.
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