1.7.21

01.07.1958 – Salazar sobre a oposição depois das eleições presidenciais

 


Em 8 de Junho de 1958, realizaram-se eleições para a Presidência da República, em que a oposição apresentou como único candidato o general Humberto Delgado. É bem conhecido o sucesso da campanha que as precedeu e que causou o maior «sobressalto político» (a expressão é de Franco Nogueira) que o Estado Novo conhecera até então.

Poucos dias mais tarde, mais precisamente no dia 1 de Julho, Salazar dirigiu-se aos portugueses em discurso proferido na União Nacional, comentando desta forma o comportamento da oposição:

«Para mobilizar 23% do eleitorado, as oposições fizeram a maior coligação e a mais completa junção de esforços de que há memória e tiveram de aceitar a cooperação, senão a preponderância directiva, de elementos comunistas. Os que sobrevivem do chamado partido democrático, monárquicos liberais ou integralistas desgarrados, socialistas, elementos da Seara Nova, o directório democrato-social, vestígios dos partidos republicanos moderados, alguns novos, sedentos de mudança, e os comunistas – todos poderiam unir-se, como fizeram, mas só podiam unir-se para o esforço da subversão, não para obra construtiva. Não se pode ser liberal e socialista ao mesmo tempo; não se pode ser monárquico e republicano; não se pode ser católico e comunista – de onde deve concluir-se que as oposições não podiam em caso algum constituir uma alternativa e que a sua impossível vitória devia significar aos olhos dos próprios que nela intervinham cair-se no caos, abrindo novo capítulo de desordem nacional.»

Com a voz inconfundível de Salazar como pano de fundo, aqui ficam imagens que recordam algumas cenas da epopeia que foi a campanha de Humberto delgado.


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