28.9.21

28.09.1974 – A «Maioria [que ficou] Silenciosa»

 


Tinha sido anunciada a realização da chamada «Manifestação da Maioria Silenciosa» – uma iniciativa de apoio ao apelo do general Spínola, convocada dias antes por cartazes que invadiram a cidade de Lisboa. Mas Spínola, que tinha tentado, sem sucesso, reforçar os poderes da Junta de Salvação Nacional, acabou por emitir um comunicado, pouco antes do meio-dia, a agradecer a intenção dos manifestantes, mas declarando que, naquele momento, a manifestação não seria «conveniente».

Os partidos políticos de esquerda (CARP M-L, CCRM-L, GAPS, LCI, LUAR, MDP/CDE, MES, PCP m-l, PCP, PRP-BR, URML), sindicatos e outras organizações tinham desencadeado, no próprio dia, uma gigantesca operação de «vigilância popular»: desde as primeiras horas da manhã, dezenas de grupos de militantes distribuíram panfletos e pararam e revistaram carros em todas as entradas de Lisboa e não só.

Em 30 de Setembro, Spínola demitiu-se do cargo de presidente da República, sendo substituído pelo general Costa Gomes. Fechou-se assim o primeiro ciclo político do pós 25 de Abril.
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1 comments:

Monteiro disse...

Em 28 de Setembro o MFA proibiu a manifestação a favor de Spínola e este ofendido demitiu-se. O MFA demitiu da Junta de Salvação Nacional os generais Galvão de Melo, Diogo Neto e Silvino Silvério Marques. O primeiro-Ministro Vasco Gonçalves apelou ao povo para um dia de trabalho voluntário e gratuito, no feriado de 5 de Outubro. Toda a gente trabalhou e se congratulou com a vitória sobre a reacção.