«António Costa e Rui Rio debatem esta noite. Não será decisivo, mas terá de ser, pelo menos, esclarecedor. Tanto o líder do PS como o do PSD têm-se esquivado a responder ao que farão em caso de vitória sem maioria absoluta. A resposta de António Costa ao desafio de Jerónimo de Sousa, na noite de 4 de outubro de 2015, inaugurara uma nova forma de governação. Não ganha quem tem mais votos, ganha quem consegue formar uma maioria parlamentar.
Embora Rui Rio, para justificar que parte em vantagem para o debate, diga ter uma resposta clara para cada situação, a verdade é que não tem. À pergunta se está disposto a dialogar com André Ventura, do Chega, para conseguir uma maioria parlamentar, o líder do PSD ainda não respondeu com clareza. Não quer, ou não lhe interessa responder. Mas, pelos sinais dados, Rui Rio não hesitará em chamar Ventura se disso depender chegar ao poder, ao contrário do candidato derrotado à presidência do partido. Rangel, na corrida à liderança, deixara claro que o diálogo com o Chega era a linha vermelha inultrapassável. O mesmo Rio não diz.
O líder do PSD no ataque diz que o seu opositor não responde a nada com clareza. A atitude de Costa não desmente a acusação. A perseguir o sonho de conseguir, numa primeira fase, metade mais um, e agora, sem qualquer disfarce, a desejar uma maioria absoluta, o líder do PS tem vindo a fechar as portas, uma atrás da outra, aos parceiros que apoiaram o Governo nos últimos seis anos. É verdade, sublinha Costa, que lhe tiraram o tapete na pior altura. Mas se pretende aliar-se a Rui Rio, e em vez de ceder nas leis laborais, ceder na liberalização do Estado, fazendo tudo o que durante a pandemia contestou, é bom que o diga. Terminará o debate com o anúncio do regresso do centrão?»
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