«Vai boa a campanha nas redes. Pelo menos no que diz respeito ao humor de alguns candidatos. Mas, no final do mês, quantos gostos, partilhas e comentários dão votos?
"Aquilo que eu pretendo é brincar. Não têm sentido de humor? Têm de ter sentido de humor". Esta foi a defesa de Rui Rio aos ataques de que não sabia como funcionava o voto em mobilidade, após ter publicado um tweet onde escreveu que o voto antecipado de António Costa no Porto se tratava de uma "forma airosa de evitar ter de fazer o que sabe que não é bom para Portugal; ter de votar nele próprio".
Daqui até aos gatinhos só foram precisos três dias. Eis que entram em cena o Zé Albino, o Camões e a Bala. O Zé Albino porque "anda desolado com esta aproximação do PAN ao PS", segundo o líder do PSD, e o Camões porque "anda eriçado com as hesitações do PSD com a extrema-direita", segundo o candidato do Livre Rui Tavares. Já a cadela Bala, "anda muito entusiasmada com o crescimento da IL e com a hipótese de reformarmos o país a sério nos próximos quatro anos!", segundo o liberal João Cotrim de Figueiredo.
Goste-se mais ou menos das piadas, considere-se mais ou menos apropriado que um candidato a chefe do Governo faça piadas com gatinhos ou cãezinhos nas redes sociais, quando o que está em cima da mesa no dia 30 é demasiado sério, na verdade o recurso a esta simpatia clicável nem é inocente nem confere em si qualquer novidade.
Primeiro, porque os gatos sempre foram virais. O próprio criador da World Wide Web considerou os "gatinhos" como o conteúdo que mais o surpreendeu na rede. Segundo, porque o recurso a animais em publicações nas redes sociais de políticos tem sido usado e abusado para conquistar empatia.
Recorrer a estas técnicas de marketing político não tem mal nenhum. Faz parte. É fácil e simples. Mais difícil é usar as redes sociais em benefício da comunidade. Falar, responder, partilhar, agradecer. Interagir. E de interação com os eleitores estamos conversados. Publiquem mais gatinhos.»
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