4.11.22

Mansos somos, esperemos que um dia deixemos de o ser

 



«Aconteceu hoje [ontem] no Parlamento francês. Um deputado negro da France Insoumise fala sobre a condição dos migrantes, um deputado do RN grita uma frase que pode ser interpretada de várias formas: "qu'il(s) retourne(nt) en Afrique" ou que o deputado negro volte para África, que os migrantes voltem para África ou que o barco volte para África. Pouco importa, a(o)s deputada(o)s de esquerda, do grupo de Macron e restante direita, assim como a Primeira-ministra condenaram logo a frase. A(o)s deputada(o)s gritaram “dehors” ao deputado da extrema-direita, a Presidente da Assembleia suspendeu a sessão, a(o)s deputada(o)s juntaram-se à volta dela, pedem sanções, os de Macron e os de esquerda dizem não voltar enquanto o deputado não for sancionado, suspenso ou expulso.

Debate-se o que foi de facto dito e com que intenção, mas o que me interessa aqui é a reação forte, epidérmica ao racismo, o que esperei ver quando André Ventura escreveu frases racistas contra a sua colega deputada Joacine Katar Moreira, quando disse no próprio Parlamento frases racistas sobre pessoas ciganas. Não deixar passar nada. Ser absolutamente intransigente com o racismo, a xenofobia, a misoginia, a LGBTfobia e todo o tipo de discurso discriminatório ou de ódio. Parar tudo!»

Luísa Semedo no Facebook


P.S. – Entretanto, o plenário da Assembleia votou e apoiou a suspensão do deputado por 15 dias e a redução do salário a metade durante dois meses. Só o partido de Marine Le Pen votou contra. 
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