25.6.23

Emergência climática

 


«Cientistas afirmam que o Planeta Terra se extinguirá daqui a uns quantos milhões de anos, mas o ser humano parece, absurda e drasticamente, empenhado em apressar o seu fim. Líderes mundiais reúnem-se, sob o manto de boas intenções, numa tentativa de alcançar um acordo suficientemente capaz de reverter a situação de quase tragédia climática, mas ficam-se, uns pelas promessas que não cumprem, outros abertamente negam-se a assumir projectos e protocolos de reabilitação da Natureza, desinteressando-se de atingir a neutralidade carbónica.

Desde o criminoso desígnio de esventrar a Amazónia, pulmão do nosso Planeta, à compra das percentagens de emissão de carbono pelos países ricos e desenvolvidos aos países emergentes e em desenvolvimento, à poluição dos rios, dos mares e do ar, tudo são contributos mortais para a vida na Terra. A ganância do ser humano pode ser insuportável pela falta de limites e de ética. Peritos na matéria procuram com redobrada ansiedade novos planetas que apresentem características e elementos básicos para o suporte da vida humana, creio que não só pela intrínseca vontade de ir sempre mais além na descoberta do Universo, mas também para garantir a migração dos humanos sobreviventes à previsível morte do Planeta Terra. Vamos destruindo negligente e sistematicamente o nosso refúgio, a nossa casa comum e já buscamos novo berço para, provavelmente, o destruir também. É urgente a consciencialização individual para que possamos intervir publicamente com voz activa, assertiva e contundente e dizer basta à destruição da Natureza a que vimos assistindo impavidamente. As alterações climáticas que já estavam previstas para ocorrerem dentro de anos já cá estão com todos os desastres atmosféricos com que somos confrontados. Chuvas torrenciais, secas intermináveis, vagas de calor, tufões, ciclones e tornados em quantidade e violência improváveis, o degelo dos glaciares multiplicam-se a uma velocidade estonteante. Não há já estações definidas, com graves prejuízos para as nossas rotinas. Essencial à vida, a água já não é um bem ilimitado. Esbanjamos, todos os dias, este suporte, enquanto cerca de dois mil milhões de pessoas no Mundo não têm acesso a água potável. Ao mesmo tempo que em alguma parte do Mundo se morre devido às cheias, desabamento de terras, inundações de vilas e cidades, noutra morre-se de fome, de sede e de doença provocadas pelas secas que matam as sementes e as plantas que nos alimentam. Esperar pelos outros não é uma opção. Sendo fundamental o Mundo global encontrar uma solução para a continuação da vida na Terra, cada país, cada um de nós tem de assumir-se como defensor da Natureza e lutar por ela. Não é só a economia e o nosso bem-estar social que estão em causa, é a nossa própria subsistência.

É a vida do Planeta que urge defender e melhorar, corrigindo erros passados e enveredando pela criação de uma vivência sustentável e amigável.»

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