1.6.23

Quando a política vira comédia... ou drama

 


«Um "simples" adjunto de um ministro pode fazer cair o governo, obrigando a eleições antecipadas, se o bom senso do Presidente da República não prevalecer.

Nas últimas duas semanas o líder da oposição, ajudado por figuras do arquivo do próprio partido, tem conseguido distrair jornalistas e comentadores políticos com o desaparecimento/recuperação de um computador a que pretensamente se juntam agressões entre colegas ou ex-colegas de serviço.

Uma comissão de inquérito à TAP, cujo assunto é verdadeiramente importante, anda ocupada com o assunto do computador: interveio supostamente o SIS, onde deveria ter sido a Polícia Judiciária, ou a PSP, a mando não se percebeu ainda de quem, nem porquê.

Sejamos honestos: ao cidadão comum o assunto interessa pouco ou nada. Ainda que pareça que os elementos do governo envolvidos não estão à vontade com a história que veio a público e que as verdades possam não ser coincidentes, não justifica tanto e permanente alarido nos órgãos de comunicação, nem tão pouco inquirições na CPI de 7 horas aos envolvidos.

O que importa verdadeiramente no caso TAP é como estão a ser usados os milhões que os Portugueses lá investiram e quando é que a empresa deixa de precisar de ajudas financeiras que são necessárias para as melhorias que são urgentes na saúde, no ensino, na justiça, na ferrovia e em muitos outros investimentos essenciais.

Aos portugueses importa que governo e oposição se concentrem em apresentar soluções que melhorem financeiramente a vida de todos nós, que permitam melhores empregos, melhores condições de vida, menos impostos e mais qualidade dos serviços que destes dependem.

Os portugueses não precisam de instabilidade política permanente. Não precisam que o governo e a maioria falhem na gestão que lhes cabe, ou que adotem comportamentos que ponham a causa a credibilidade das instituições e da ação política. Mas precisam ainda menos de uma oposição sem ideias, que se limita a repetir até à exaustão que estamos muito mal e que é obrigatório mudar de governo, porque o SIS interveio e não devia.

Na realidade no meio de tanta distração, ainda não ouvimos grandes comentários aos indicadores da economia, que cresceu 1,6% no primeiro trimestre do ano e ficou no pódio da zona euro, à travagem da inflação de 7,4% para 5,7%, ou à melhoria da confiança dos portugueses que atingiu o seu máximo desde fevereiro de 2022.

Aos portugueses interessa verdade, seriedade, ética e bom senso, aplicados aos assuntos que podem mudar a vida de cada um. Não nos esqueçamos que as mesmas forças políticas que reclamam eleições antecipadas, já o fizeram há um ano atrás, embora com outros protagonistas, tendo os portugueses respondido em sentido antagónico ao que estes pretendiam.»

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