26.7.23

JMJ: a fé que move montanhas?

 


Há muito que esperava que alguém se lembrasse de relacionar as JMJ com as pegadas carbónicas que deixarão. Mais: aqui ou em qualquer outra do mundo, não entendo como se põe um milhão de pessoas a circular, quando se sabe o que isso implica para o estado em que o mundo está.

Este texto do Expresso resume que «os peregrinos que virão a Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude vão ter acesso a uma aplicação com uma calculadora que mede a sua pegada carbónica. A organização publicou um manual onde recomenda formas de compensar a poluição provocada pela viagem a Lisboa.» Não sei se alguém acredita na eficácia de tudo isto, mas copio o exemplo que é dado do que podia, e devia, fazer um grego para compensar uma viagem de ida e volta Atenas / Lisboa:

«1) A primeira sugestão é realizar a viagem casa-trabalho de comboio ao invés de carro pessoal durante dois anos, para um percurso de 10km (para estes cálculos a empresa usou fatores de emissão de comboio de 0,0235 kgCO2e/pessoa/km e de carro de 0,1815 kgCO2e/pessoa/km, duas viagens casa-trabalho de 10km/dia e 251 dias de trabalho/ano).

2) A segunda sugestão é aceitar o desafio de “ser vegetariano durante um ano” (para estas cálculos considerou-se uma redução das emissões de uma dieta omnívora, com elevado consumo de carne, de 3285kg CO2e/pessoa/ano para uma dieta vegetariana, de 1700kg CO2e/ pessoa/ano).

3) Finalmente, para compensar a totalidade das emissões da viagem, o manual recomenda “apoiar programas de conservação de árvores durante um ano, correspondente a 65 árvores (assume que cada árvore capta um valor médio de carbono de 26,6kgCO2e/árvore/ano)”.»

Eu sei que a fé pode transportar montanhas, mas não gosto de ser tratada como parva.

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