15.9.23

A única certeza: pagar mais pela casa

 


«Para muitas famílias que estão neste momento a contar as economias que ainda restam para pagar a prestação do crédito à habitação, as notícias divulgadas ontem pelo Banco Central Europeu são trágicas e podem significar a falência.

A presidente Christine Lagarde confessou que a decisão de subir as taxas de juro pela décima vez consecutiva não foi consensual, insistiu que os governos devem continuar a retirar medidas de apoio à economia, avisou que os juros não irão descer tão cedo e deu a entender que este poderá ser o último aumento. Mas a única certeza que temos é que a prestação da casa vai continuar a aumentar.

Mais pressão, portanto, para António Costa e mais expectativa quanto às medidas que serão aprovadas na próxima semana para responder, como reconhece a ministra Mariana Vieira da Silva, às necessidades que as famílias portuguesas sentem.

O que se espera é que o novo pacote de ajuda não seja eleitoralista e crie condições para que os portugueses não sejam dependentes de mais subsídios e apoios, de forma a devolver a dignidade que a classe média tem vindo a perder sucessivamente ao longo do último ano e das dez subidas consecutivas das taxas de juro.

Quem pode foge do país. Jovens, recém-formados, enfermeiros, médicos, profissionais ligados às tecnologias, etc. E vão embora não só pelo presente (três em cada quatro jovens recebem um salário abaixo dos mil euros), mas, sobretudo, por uma ausência de futuro. A começar pela habitação, afinal o lar é um dos alicerces da vida.

A maior parte dos jovens de hoje, e leia-se jovens até aos 35 anos, já não querem saber se um partido é de Direita ou de Esquerda. Querem que quem governe não lhes roube o futuro e não destrua o presente do pais.»

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