«Os profissionais de saúde lutam em nome de Portugal para salvar o Serviço Nacional de Saúde – e têm o nosso apoio.
Uma das conquistas essenciais do 25 de Abril, o acesso à saúde, é cada vez menos real para 1,5 milhões de utentes sem médico de família, para quem faz fila de madrugada para tentar uma consulta no centro de saúde, para quem espera três anos por uma consulta de oftalmologia ou para quem desespera por uma cirurgia.
O bloqueio à contratação de profissionais e a degradação salarial que empurra muitos deles para fora do SNS ou para a emigração, aliados ao desinvestimento ao longo de décadas na formação de novos profissionais, agravaram a desorganização dos serviços. O SNS passou a depender da multiplicação de horas extraordinárias dos profissionais, que podem ultrapassar 500 horas anuais – equivalentes a três ou quatro meses de trabalho adicional para muitos deles e delas – incluindo quando fazem urgências ao lado de tarefeiros que são pagos a valores muito superiores.
Ao recusarem a perda real de valor dos seus salários, ao imporem condições para o recurso a horas extraordinárias, ao defenderem o descanso compensatório para assegurarem cuidados de qualidade, ao exigirem mais tempo para consultas, cirurgias e exames, estes profissionais estão a defender os utentes do SNS.
A responsabilidade pelo colapso deste sistema é toda de quem impede a solução evidente: proporcionar condições de trabalho aceitáveis e motivadoras que sejam atrativas. Assim, a luta de médicos, como a de enfermeiros, farmacêuticos e de todos os profissionais do SNS é um serviço a Portugal.
Manifestamos o nosso apoio empenhado a essa persistência que salvará o SNS. Se os profissionais, com a sua razão, impuserem o que é justo, a democracia ganhará.»
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