«Talvez alguns de vós já tenham ouvido falar na venda de louro prensado, na Baixa de Lisboa, em vez de haxixe. É um tratado. As pessoas que são enganadas são consumidores de droga. Claro que o embuste de que são vítimas não merece tutela legal: o sistema não lhes reconhece o direito a comprar droga verdadeira. Já os supostos traficantes aproveitam-se do vício dos seus clientes para os enganar. É precisamente este o caso de Ventura. O que escreveu sobre o caso das gémeas siamesas que foram operadas em Portugal é puro louro prensado.
Mais do que propagar mensagem racista, o líder do partido Chega desenvolve a sua atividade política aproveitando-se das fraquezas e falhas de muitos portugueses. São pessoas que precisam, como de pão para a boca, de formação em valores democráticos e progressistas ou mesmo em direitos humanos. Em vez disso, e com plena consciência daquilo que está a fazer, Ventura inventa problemas que lhes alimentam a chaga. Para aquilo que os falsos traficantes da Baixa de Lisboa estão a fazer, a lei portuguesa não tem solução. Mas para Ventura tem. A mensagem racista e xenófoba não precisa de ser verdadeira para ser contrária à lei. E um partido que a usa deve ser extinto. A lei está bem. Não é dela que nos podemos queixar.»
Carmo Afonso
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