Este texto foi-me enviado para divulgação pela autora, depois de um jornal diário ter recusado a sua publicação.
«Os conceitos de raça, de tradição real ou inventada, de cultura real ou imaginada, de nação com valores essencialistas, de heróis do passado caracterizados por matanças, acaba sempre mal, como se viu no passado, está-se a ver na Palestina e começa a aparecer assustadoramente na Europa. E acaba sempre mal porque uns são “os escolhidos” os outros os inimigos. A abater, portanto.
Não há raças humanas. Declarou-o a UNESCO em 1950 e foi provado no ano 2000 pela descoberta do genoma humano. Portanto não há caucasianos e não-caucasianos, como também não havia arianos e não-arianos. Estes conceitos pseudo-científicos já tiveram consequências trágicas em África e na Europa, no caso de Portugal até 1974.O conceito e a palavra etnia vieram substituir a palavra raça, o que deu jeito aos antropólogos para classificar grupos com a mesma língua, regras e códigos de conduta. Mas aquilo que é uma leitura ocasional e fortuita transformou-se em essencial. De tal modo que há pessoas que vivem na Europa, com língua e hábitos europeus, que continuam a ser classificados em nome da etnia x.
Vem isto a propósito do Estado de Israel, definido como um Estado judaico, que ressuscitou uma língua antiga, o hebraico, tornada oficial e tem uma religião própria. Embora se fale de etnia, neste caso trata-se de um Estado racial, que se dá o direito de aniquilar fisicamente o povo vizinho, em nome de espaço e de direito divino. O Deus do Antigo Testamento era belicista e racialista. Escolheu aquele povo, classificou como inimigos mortais os filisteus, os cananeus e tudo o mais que ameaçasse o espaço de Israel e Judá destinado aos judeus. E assim foi e assim é. Quando no ano 70 o Império Romano ocupou a região, depois de ter crucificado Jesus e perseguindo cristãos e judeus, deu-se a diáspora. Aconteceu que os cristãos dedicaram-se a converter e os judeus, como escolhidos, não admitiam a sua religião para outros povos. E assim como os ciganos foram expulsos da Índia pelos mongóis e se espalharam pelo mundo, também os judeus se espalharam pela Europa Oriental, pela Península Ibérica e pelo Norte de África. Felizmente que se integraram nas respectivas populações e daí a heterogeneidade do fenótipo e a adoção de um dialecto arcaico do alemão, o ydish. No entanto foram ferozmente perseguidos pelos progroms, pela Inquisição, pelo holocausto. Felizmente sobreviveram, venceram e estão espalhados pelo mundo, com honra, arte e glória, fundadores do Socialismo e da Psicanálise, sem religião e sem práticas rituais.
Até que nas estratégias do seculo XX, sobretudo com o empurrão dos EUA para criar um corredor no Médio Oriente, foi criado o Estado de Israel onde havia 83% de palestinos, mas onde os sionistas querem ir do mar até ao rio Jordâo.
Para tal criaram um espaço de caça, destinado a aniquilar um povo, a começar por mulheres e crianças, num morticínio idêntico ao que fez a Alemanha na Namíbia, com uma densidade de genocídio.
E quanto à defesa de “os nossos valores ocidentais”, nada de novo…”na frente Ocidental”.»
Isabel do Carmo
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6 comments:
"Este texto foi-me enviado para divulgação pela autora, depois de um jornal diário ter recusado a sua publicação."
Muito agradecida pela partilha!
O que se está a passar é muito grave! Os "senhores do mundo" têm uns tentáculos gigantescos...começam por recusar publicar e não tardará muito começam por fazer encarcerar!
Um jornal, seja qual for, que recusa a publicação de um texto como este, decididamente não faz jornalismo!
subscrevo 1 milhão de vezes por cento
Parece que o Judaísmo enquanto religião também foi proselitista como o cristianismo. Isso até explica a sua expansão para as estepes que mais tarde integraram o Império Russo. Também parece que Jesus e o cristianismo foram criação Romana há que ler Flavius Josephus - A guerra dos Judeus. O único coevo com o tempo do hipotético Messias. Todos os Evangelhos foram escritos 3 séculos depois. A expressão evangelho em grego antigo parece que significa "Boas notícias da guerra".
Seria de todo o interesse sabermos que jornal foi esse que recusou este artigo.
Mário José Gomes
Se bem me lembro eu tinha um comentário por estes lados. Num sei dele!
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