«Dois dias depois de o Tribunal Internacional de Justiça de Haia ter ordenado a Israel que parasse imediatamente a sua ofensiva em Rafah, um bombardeamento aéreo causou um massacre no domingo, no campo de deslocados de Tel Al Sultan. O ataque provocou um incêndio que se alastrou pelas construções precárias de chapa, plástico ou tecido até acabar com a vida de pelo menos 45 pessoas, 23 delas menores e mulheres. O incrível é que o Governo israelita admitiu que o incêndio ocorreu durante o lançamento de um assassinato seletivo, no qual matou dois comandantes do Hamas. As imagens são chocantes e mostram corpos carbonizados, inclusive de bebés e jovens.
Daí a urgência da ordem emitida pelo Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas para que seja cumprida. Aliás, esta decisão representa um salto qualitativo na pressão global sobre o Governo de Benjamin Netanyahu, a que se junta o pedido do Ministério Público de outro órgão judicial global, o Tribunal Penal Internacional, da prisão do presidente israelita, do seu ministro da Defesa e dos três altos funcionários do Hamas. O Governo de Benjamin Netanyahu parece estar a borrifar-se mesmo para aqueles que sempre foram os seus aliados, como os Estados Unidos ou os países europeus. Netanyahu olha para os apelos de paz ou para o reconhecimento da Palestina como um Estado, como o fez a Espanha, Irlanda e Noruega, como se os outros estivessem a validar as ações criminosas do Hamas, que a 7 de outubro, assassinou mais de 1200 pessoas, quando não é isso que está em causa.
A dinâmica que vive Gaza, onde a maioria dos mortos são civis, os feridos não podem ser tratados porque os hospitais foram destruídos e os sobreviventes enfrentam a fome, não é o resultado de uma circunstância incontrolável, mas de decisões conscientes por parte de Netanyahu.»
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