31.8.24

Por uma lancha se perde ou se ganha

 


«Luís Montenegro exagerou. O primeiro-ministro deslocou-se de lancha ao local da queda do helicóptero de combate a incêndios no Douro, numa altura em que decorriam buscas pelos militares da GNR desaparecidos. Todos sabemos que os políticos são presos por ter cão e presos por não ter. Enquanto Miguel Albuquerque foi fortemente criticado por ignorar um incêndio que consumiu um quinto da ilha da Madeira, o primeiro-ministro é-o agora por exagerar na sua preocupação por uma tragédia que vitimou, pelo menos, quatro militares da GNR, estando um desaparecido. Montenegro até poderia estar no teatro de operações em recato e na retaguarda, disponibilizando-se para o que fosse necessário acionar em nome do Estado, mas ao decidir intervir nas buscas, embarcando numa lancha para junto dos operacionais que faziam o seu trabalho, estragou um momento que deveria ser de comedimento. Veja-se o presidente da República: Marcelo Rebelo de Sousa foi para o local, entrou mudo e saiu calado, numa atitude a que os portugueses não estavam habituados. A ação de Montenegro demonstra uma ânsia de protagonismo que não se explica. Já tinha sido evidente nos Jogos Olímpicos, quando os ciclistas Iúri Leitão e Rui Oliveira, acabados de ganhar uma medalha de ouro e ainda quase sem respirar, tiveram de partilhar o momento com o primeiro-ministro. O mesmo aconteceu no jogo de Portugal contra a Chéquia, que no final, assumindo o lugar de comentador, veio em direto dar palpites. Claro está que Luís Montenegro se defendeu afirmando que a sua presença “não foi motivo de nenhuma perturbação nas operações de busca”. Isso nunca iremos saber, mas o bom senso também é amigo de quem decide.»


1 comments:

António Alves Barros Lopes disse...

E eu que tenho um livro sobre 0 LÍDER DO POVO Coreano que a pag. 128 tem " O grande líder, camarada Kim II Sung a dirigir no terreno a obra de irrigação" . No nosso caso temos o nosso grande líder a colaborar nas buscas...etc e tal!