«A AIMA é mais um organismo do Estado que não consegue dar a devida resposta às solicitações. Se é verdade que o número de imigrantes tem aumentado no nosso país, não é menos verdade que devem ser bem acolhidos e que podem ser uma mais-valia, tendo em conta o facto de termos uma população envelhecida e falta de mão de obra.
Não é aceitável que as pessoas, quando chegam a Portugal, se deparem com tamanha dificuldade para cá obterem um visto de residência que lhes permita arrendar uma casa, arranjar um emprego ou até estudar.
É obvio que é desejável que haja um controlo rigoroso da imigração, mas isso não implica a morosidade atual e o desrespeito por quem escolheu o nosso país para viver. Os processos têm que ser mais céleres e impõe-se um apoio direcionado para informação e acolhimento das pessoas. Se há falta de funcionários, contratem-se mais, mas não nos envergonhem com o serviço deficitário que estão a prestar.
As lacunas referidas anteriormente só interessam a quem procura mão de obra barata e “clandestina” ou quem arrenda quartos por valores inflacionados sem declarar às Finanças. Por outro lado, há empresários corretos que querem contratar algumas dessas pessoas e não o podem fazer enquanto estas não tiverem a sua situação regularizada.
O populismo barato que tenta criar uma onda anti-imigração não colhe, e não pode colher, sob pena de penalizarmos a nossa economia e de nos tornarmos naquilo que nunca fomos. Sempre fomos um povo hospitaleiro, humanista e grato, essa é a nossa génese e ninguém a pode adulterar.
É importante “distinguir o trigo do joio”, há muito boa gente que vem para cá para trabalhar com o intuito de conseguir obter uma vida melhor e esses não podem ser confundidos com os que nada querem fazer ou se dedicam à criminalidade.
É complexo fazer essa distinção de forma perfeita, sabemos disso, mas não há soluções perfeitas e também por cá temos gente boa e gente menos boa e não é por isso que os expulsamos de cá, muitas vezes, ainda lhes damos subsídios tendo a noção que não querem trabalhar ou escolhem a criminalidade como modo de vida.
Este tema merece uma reflexão de todos, lembremo-nos de quantos emigrantes temos atualmente e de quantos tivemos no passado, das pessoas que vivem em condições desumanas, das empresas que necessitam de mão de obra, dos oportunistas a quem esta situação serve que nem uma luva e de como se sentirão muitos dos imigrantes que cá estão e tantas vezes são olhados de lado.
Essas pessoas estão longe dos seus países, das suas famílias e, a grande maioria, apenas arriscou na procura legítima de uma vida melhor e merece todo o nosso respeito. Não podemos transformar os seus sonhos em pesadelos, desiludindo-os por nos terem escolhido.
Orgulhemo-nos e honremos a nossa história, dando um sinal claro de que não somos melhores nem piores do que outros países, somos orgulhosamente portugueses!»
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