«Entre o montenegrismo e o pedronunismo, com o mundo às voltas e o medo à espreita, talvez o país pergunte para quê abanar o tabuleiro, para quê aventuras, melhor é escolher o que está. No dia 18, a escolha é essa: Luis ou Pedro? E se todas as legislativas se decidem sobretudo entre dois homens, estas, provocadas por tremuras sobre o carácter e o comportamento de um deles, decorrem sob o signo 'cara ou coroa'. Digam lá se isto não merecia mais do que um dérbi.
A CNE e a ERC não deixam. Isto tem que ser a régua e esquadro, todos com todos, direitos iguais, cada líder só debate uma vez com outro líder, o cronómetro manda, nada de improvisos. Claro que há hipocrisia nisto - o debate entre Montenegro e Pedro Nuno dura 75 minutos enquanto os restantes ficam-se pela meia hora e só o frente a frente AD/PS tem direito a transmissão simultânea nas três televisões generalistas. E há hipocrisia porque nas campanhas como na vidinha são todos iguais mas há uns que são mais iguais do que os outros. (…)
Se um e outro escolheram levar ao limite a personalização do combate – o líder do PS quando cavalgou a crise na base de uma avaliação da seriedade do primeiro-ministro e o líder da AD quando resumiu a coisa a “deixem o Luis trabalhar” e proclamou a 'montenegrização' da campanha – tomara que venha a Páscoa, o 25 de abril, as pausas televisivas, os 10 debates que faltam com os mais pequenos para, finalmente, termos o frente a frente que conta.»
Ângela Silva
Newsletter do Público, 16.04. 2025
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