28.5.25

Os construtores do caos

 


«Não foi um acaso arbitrário ou aleatório que deu ao partido Chega o lugar de segunda força política do nosso sistema institucional. Como não foi nenhum lançar de dados que pôs a chefiar a pátria de Lincoln e de Roosevelt um desbocado promotor imobiliário de extrema-direita, que tem por objetivo destruir os princípios de liberdade e de equilíbrio de poderes instituídos nos Estados Unidos, que estão cada vez mais perto de serem a “República imperial” que neles via Raymond Aron, mas mais semelhantes ao Império de Nero ou de Calígula, do que do Império de Júlio César e de Marco Aurélio. Não é por acaso que se movem as montanhas e caem os céus. O mundo está no caos; alguma coisa vai nascer.

Não foi o bater de asas de uma borboleta na China: foi uma consequência de muitos atos de todos nós, de muitas decisões tidas como sábias, de uma cada vez maior indiferença aos outros, de um individualismo egoísta a justificar-se com uma mal entendida liberdade. Quanto tempo passou desde o axioma da sra. Thatcher “There is not such a thing as a society”? Quanto tempo desde que Milton Friedman decretou que “a única responsabilidade social de uma empresa é dar lucros”? Quanto tempo correu desde que definitivamente tudo o que não fosse concebido para dar lucro perdeu qualquer razão de ser?

Quanto tempo passou desde que se decretou que a única salvação para a nossa economia era empobrecermos? Quanto tempo se passou desde que foi dito em público que os maiores de 70 anos não deveriam ter assistência médica prestada com dinheiros públicos?»

Na íntegra AQUI.

1 comments:

niet disse...

"Acreditar sempre no sucesso,mas näo temer as derrotas", Karl Liebknecht( 1918)

Pedro Nuno perdeu ingloriamente quando teve um arranque primoroso no Congresso da sua posse como secretário-geral.E descurou a estruturacäo teórica; quando mesmo Soares " ofereceu " uma tribuna a Eduardo Lourenco e seus amigos: Finisterra, PNS fundou um blogue de grande classe e alcance- Ladroes de Bicicletas-com uma pleiade fortissima de historiadores e economistas.E Lisboa tem o I.C.S. e valores consagrados além fronteiras.Há espaco pubkico nos Jornais e Semanários que livremente estimulados por certo fomentavam uma renovacäo pratica teórica pujante e vitoriosa.Niet