7.6.25

A ‘agitprop’ do Chega

 


«O sucesso do Chega tem uma explicação singela. Ao longo dos seis anos da sua afirmação, foi-se acentuando, na população portuguesa, a ideia de que as coisas tinham de mudar. Todos os cidadãos, sobretudo os mais desfavorecidos, sentiam a necessidade de mudança. Mudar sim, mas sem se interiorizar muito bem para onde e para quê! Mudar o quê? Mudar como? Mudar com que instrumentos? Não há uma resposta concreta para estas perguntas. Tavez possa, simplesmente, dizer-se que, durante os anos de afirmação do Chega, a vida das pessoas piorou, sem respostas adequadas dos partidos que tinham a responsabilidade de gerir o país.

Claro que André Ventura teve a mestria e a inteligência, de um modo oportunista, de cavalgar esta onda de descontentamento que, aliás, se estende um pouco pela Europa e pelo mundo num crescimento de forças populistas que tudo criticam, mas que, como se diz em bom português, verdadeiramente, ainda “ não puseram a mão na massa”. Ninguém ainda percecionou como será a prática dos partidos populistas na resolução dos problemas sociais, ambientais, geoestratégicos que, atualmente, afligem as sociedades em diferentes geografias.

Por cá, o Chega foi crescendo até ocupar o segundo lugar na hierarquia parlamentar. Tem agora 60 deputados no Parlamento português. É, oficialmente, o principal partido da oposição. Ao longo dos tempos de afirmação de André Ventura, o partido foi crescendo através de uma estratégia errada do PS. Os socialistas escolheram alianças à esquerda, antagonizaram-se, sistematicamente, com o PSD, atacando a direita mais moderada e deixaram o campo livre ao Chega para o seu projecto de afirmação populista. O PS deixou livre o centro político e permitiu que o Chega conquistasse uma população que, habitualmente, se situa nesta área política.»

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