«Não há qualquer paralelo entre quem defende direitos cívicos e o respeito pelos direitos humanos e quem os ataca em nome do racismo e da xenofobia. São combates opostos. O primeiro é digno e humano, o segundo repugnante e desumano. Compará-los é condescender com a violência odiosa. Quem estabelece esse paralelo está prestes a apregoar que a distinção entre Martin Luther King e o Ku Klux Klan era uma questão de cor. (…)
A avaliar pela intenção legislativa do Governo, e mensagem insistente, os imigrantes devem ser uma ameaça à segurança nacional. A repetição da ideia de que a imigração estava descontrolada e que o país estava de portas escancaradas criou aquele medo que se entranha até nas aldeias que nunca viram um desses perigosos imigrantes. Daí que seja necessário combater o reagrupamento familiar — o CDS deveria ser frontalmente contra este ataque aos valores da família — ou retirar a nacionalidade a quem cometeu crimes graves, como se o número de pessoas nestas condições fosse estratosférico, e por aí fora. (Já agora, o USA Today acaba de revelar que Portugal é a primeira opção para quem vive nos EUA e quer emigrar.) (…)
Só há uma ameaça extrema e é a da direita
A verdade irrefutável é que a ameaça à segurança nacional não advém nem do radicalismo islâmico nem da extrema-esquerda. A violência à esquerda é uma arqueologia. A principal ameaça à segurança nacional e às instituições da democracia fala português, é nacionalista, racista, xenófoba e é de extrema-direita.»
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