25.8.09

Pois é...

13 comments:

João Pinto e Castro disse...

Votar no BE ou no PCP é que não deixa nenhuma dúvida: é mesmo votar no bloco central. Ou tu achas que, na sequência das eleições, o país deve ficar sem governo só para fazer pirraça?

Empurrar os socialistas para a direita é uma táctica inventada pelo Estaline. Já deu tempo para desmontar, não?

Joana Lopes disse...

João,
Não é fácil discutir este assunto numa Caixa de Comentários e haverá ainda muitas outras ocasiões para o fazermos. Mas parece-me que, para ti, há um partido «único» para quem quer votar à esquerda.
Ora, como sabes, não é essa a minha posição: o PS pode, e deve, ter a melhor votação possível e, não tendo maioria absoluta, «conviver» com o PCP e o BE. Têm estes muito a aprender? Certamente. Mas enquanto os três – PS, BE e PCP – não passarem por esta experiência, não caminharemos para uma democracia minimamente amadurecida. Espero que essa oportunidade aconteça a partir de Setembro.

Miguel Cardina disse...

Este é o dilema do PS. Não tem condições para pedir a maioria absoluta mas não tem discurso para pedir a maioria relativa.

É que esta implica sempre a apresentação de soluções governativas e sabemos bem que aquela que não é mencionada é porventura aquela que nos calhará na rifa no pós-27 de Setembro: o Bloco Central.

E não se trata apenas de questões de «governabilidade»; basta olharmos para um indicar relativo a esta última legislatura para darmos uma outra espessura a tudo isto: o PSD foi o partido que mais votou favoravelmente as propostas do PS (seguido do CDS/PP).

Mas o texto do Zé Neves toca ainda num ponto curioso, quando associa o «voto útil» à impotência. Não podia estar mais de acordo. Sempre que vem à baila essa questão lembro-me de uma frase do Eduardo Prado Coelho (porventura respigada a outro): «o útil sem o inútil é ainda mais inútil». Nem mais.

ana vidigal disse...

"Mas enquanto os três – PS, BE e PCP – não passarem por esta experiência, não caminharemos para uma democracia minimamente amadurecida"

eheheheheh vou já drogar-me! tu "cada tiro, cada melro" eheheheh

José Santos disse...

serve para quê o estilo desta senhora ana vidigal? porque não fica lá pelo simplex?

António P. disse...

Boa noite Joana,
Nada acrescento ao que João Pinto e Castro disse já que estou de acordo.
Apenas deixo umas perguntas :
1ª - Ainda acredita que o PCP é um partido de esquerda ?
2ª - Porque razão o BE não diz nada sobre que alianças políticas quer fazer caso seja necessário viabilizar soluções governativas se O PS não conseguir a maioria absoluta ?
E uma certeza :
- o PC prefere claramente a direita no poder do que ver aí o PS. Veja-se os acordos que conseguiu com Cavaco 1º ministro. Como tal votar PC é colocar a direita no PC.
Cumprimentos

P.S. ( leia-se post scriptum ) :
A posição do PC sobre Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues, que a Joana tão bem denunciou, é de tal forma infame que mete nojo.

Joana Lopes disse...

Boa noite, António, muito obrigada pelo seu comentário.
1º Não pretendo aqui «decidir» quem é de esquerda ou não - É uma discussão longa e que não muda aqui as premissas. Tiremos a etiqueta e passemos a falar do conjunto destes 3 partidos - PS, PC e BE.
2º Respondo-lhe com outra pergunta: «Por que razão o PS não diz nada sobre que alianças políticas quer fazer caso não consiga a maioria absoluta?»

António P. disse...

Boa noite Joana,
Quem sou eu eu para dizer o que deve dizer o PS, no entanto cá vai :
1º - O PS continua a lutar pela maioria absoluta ( mal ou bem, irrealista ou não ):
2º - Quando alguém do PS ( vide Ferro Rodrigues na entrevista ao "Expresso" ), mesmo não sendo porta voz oficial, vem dizer que preferencialmente se deve aliar à esquerda...logo vem Louçã ou Jerónimo de Sousa dizer que não. Nem sobre os respectivos ( os deles) cadáveres.

Quanto a quem decide quem é ou não de esquerda convém começar a decidirmo-nos e enterrar certos mitos por muito que isso custe ao nosso imaginário.
Eu já decidi : O PC não é um partido de esquerda.
Não me custou muito.
Aconselho, a quem tenha dúvidas, a repetir em voz alta em frente de um espelho :
" O PC não é um partido de esquerda" e o espelho confirmou.
Cumprimentos

João Pinto e Castro disse...

1. É o BE que antecipadamente fecha a porta a qualquer entendimento com o PS. Por isso - e só por isso - votar BE só faz sentido para quem não se importa que o PSD volte ao governo. Às vezes não parece, mas a política tem a sua lógica.

2. «Por que razão o PS não diz nada sobre que alianças políticas quer fazer caso não consiga a maioria absoluta?» Ora, essa é fácil: porque só depois de conhecer o resultado das eleições saberá com que linhas se cose, tendo em conta que, do BE e do PCP, nada há a esperar.

3. O BE pode continuar a brincar à política o tempo que quiser. Só me admiro que haja ainda quem o leve a sério. Mas gosto muito de crianças, note-se.

Jorge Conceição disse...

Eu não gostava nada de ver o PCP no Governo, senão lá teríamos de voltar a ouvir os epítetos de 74/75feitos aos trabalhadores em greve: de contra-revolucionários a fascistas pouco faltou (recordemo-nos dos CTT, do Metro, da Carris, etc.).

Joana Lopes disse...

António e João,
Uma vez mais, obrigada por voltarem aqui. Certamente que nenhum de nós acredita que vai converter os outros às suas ideias e opções. Só há uma coisa que me custa: é que eu não vos «condeno» por votarem PS ou por não votarem outra coisa qualquer, mas parece-me que o mesmo não se passa com vocês que não me concedem qualquer alternativa para além da vossa. Parece-me curto em democracia…
Abraços

Jorge Conceição disse...

Em 1973 foi fundado o PS como Partido Socialista e como tal foi vivendo até que, menos de 10 anos depois, Mário Soares decidiu guardar o Socialismo na gaveta, ficando apenas o PS. Ainda tentaram procurá-lo e talvez até o tenham voltado a encontrar, mas esse encontro foi efémero e o tal Socialismo teve um descaminho qualquer, talvez quando o móvel com a tal gaveta, por qualquer meio, deixou de estar em uso. Entretanto foram-se recebendo reforços da JSD para o PS, chegando mesmo um deles a Secretário Geral do partido e, por esse estatuto, a Primeiro Ministro. Ele não sabia que tinha havido um Socialismo que desaparecera, pelo que não foi incoerente não o praticando. Mesmo sem alianças partidárias, continuou a viver-se como num Bloco Central, dando continuidade às políticas que este criara, quer por gestão do PSD (antigo Partido Popular, mas Democrata, distinto do Partido Popular, mas sem o Democrata e que anteriormente era o Centro Democrata Social, fazendo lembrar um Democrata Social, mas ao Centro), quer por gestão do PS. Houve alguma esquerda nisto?

ana vidigal disse...

gosta delas "quietinhas" caro/a joão santos ???!!! Azarito eheheheh