11.11.07

Borbón e Scolari


Assim que vi as primeiras imagens do incidente entre o rei de Espanha e o presidente venezuelano, lembrei-me da agressão de Scolari a um jogador – ambos defenderam «os seus meninos».

Muito diferente? Certamente, mas perderam os dois as estribeiras quando não deviam.

Acontece que um é de estirpe real e o outro é um simples peão (só o desporto em que se move é que rei). Juan Carlos, aparentemente, não se arrependeu nem pediu desculpas – talvez o tivesse feito se as cimeiras ou a ONU decretassem castigos ou aplicassem multas.

A figura do rei espanhol é muito «mais simpática», indiscutivelmente «mais democrática» do que a de Hugo Chávez. Alguém duvida? Mas o sangue azul não lhe dá o direito de sobranceria, de paternalismo ou de um olhar (ainda) imperialista sobre os seus ex-súbditos.

A discussão vai hoje quente em Espanha. Já li que se Chávez é um ditador (mas eleito), Juan Carlos foi pura e simplesmente nomeado por outro – «rey, por la gracia de Dios y del Caudillo Franco».

E também, com muitas variantes: «Por qué te callaste ante la participación de España en la guerra de Irak?»

8 comments:

samuel disse...

Ambos contribuiram para o aumento das vendas de papel impresso e tempos de antena irados...
Mal empregadas árvores... que "os deuses" nos defendam a vista!

Joana Lopes disse...

Mantiveram umas tantas pessoas entretidas durante parte do fim de semana - nós incluídos...

F. Penim Redondo disse...

Acho que as leituras deste incidente estão deturpadas.

Aquilo que eu vi foi o Juan a dizer ao Hugo para se calar porque estava a interromper o José Luis no uso da palavra.

Trata-se pois, apenas, do conflito entre uma pessoa de "fino trato" e um boçal.

Tudo o resto são tergiversações.

Joana Lopes disse...

Olha que não... Se calhar só ouviste um pequeno excerto.
O melhor texto que li sobre o assunto foi o do Pedro Sales no «0 de Conduta». (na minha lista «Gostei de ler» no canto direito superior deste blogue).

F. Penim Redondo disse...

Já li o post que recomendas mas não me convence. Há várias formas envergonhadas de apoiar o Chavez.
Não pactuo com isso.

A mim o que me preocupa não é a boçalidade do homenzinho, o que me preocupa é o mal que ele está a fazer à esquerda (como mau exemplo, como refugio da inépcia, como criador de ilusões,etc).

E, se não me engano, vai fazer ainda muito mais.

Shyznogud disse...

arrisco-me a aconselhar o post do quase em português sobre o tema. curtinho e straight to the point.

F. Penim Redondo disse...

Também subscrevo o "quase em português".

Acho que não faz sentido comparar a legitimidade do rei com a do Chavez e muito menos ir buscar as questões do colonialismo, etc e tal.

Foram dois tipos que se chatearam e pronto.

Quintanilha disse...

Um palerma como o aspirante a ditador Chavez, tira qualquer um do sério, e ainda por cima, é provocador, pois ainda não se calou, continua a alimentar a polémica!