Assim que vi as primeiras imagens do incidente entre o rei de Espanha e o presidente venezuelano, lembrei-me da agressão de Scolari a um jogador – ambos defenderam «os seus meninos».
Muito diferente? Certamente, mas perderam os dois as estribeiras quando não deviam.
Acontece que um é de estirpe real e o outro é um simples peão (só o desporto em que se move é que rei). Juan Carlos, aparentemente, não se arrependeu nem pediu desculpas – talvez o tivesse feito se as cimeiras ou a ONU decretassem castigos ou aplicassem multas.
A figura do rei espanhol é muito «mais simpática», indiscutivelmente «mais democrática» do que a de Hugo Chávez. Alguém duvida? Mas o sangue azul não lhe dá o direito de sobranceria, de paternalismo ou de um olhar (ainda) imperialista sobre os seus ex-súbditos.
A discussão vai hoje quente em Espanha. Já li que se Chávez é um ditador (mas eleito), Juan Carlos foi pura e simplesmente nomeado por outro – «rey, por la gracia de Dios y del Caudillo Franco».
E também, com muitas variantes: «Por qué te callaste ante la participación de España en la guerra de Irak?»
8 comments:
Ambos contribuiram para o aumento das vendas de papel impresso e tempos de antena irados...
Mal empregadas árvores... que "os deuses" nos defendam a vista!
Mantiveram umas tantas pessoas entretidas durante parte do fim de semana - nós incluídos...
Acho que as leituras deste incidente estão deturpadas.
Aquilo que eu vi foi o Juan a dizer ao Hugo para se calar porque estava a interromper o José Luis no uso da palavra.
Trata-se pois, apenas, do conflito entre uma pessoa de "fino trato" e um boçal.
Tudo o resto são tergiversações.
Olha que não... Se calhar só ouviste um pequeno excerto.
O melhor texto que li sobre o assunto foi o do Pedro Sales no «0 de Conduta». (na minha lista «Gostei de ler» no canto direito superior deste blogue).
Já li o post que recomendas mas não me convence. Há várias formas envergonhadas de apoiar o Chavez.
Não pactuo com isso.
A mim o que me preocupa não é a boçalidade do homenzinho, o que me preocupa é o mal que ele está a fazer à esquerda (como mau exemplo, como refugio da inépcia, como criador de ilusões,etc).
E, se não me engano, vai fazer ainda muito mais.
arrisco-me a aconselhar o post do quase em português sobre o tema. curtinho e straight to the point.
Também subscrevo o "quase em português".
Acho que não faz sentido comparar a legitimidade do rei com a do Chavez e muito menos ir buscar as questões do colonialismo, etc e tal.
Foram dois tipos que se chatearam e pronto.
Um palerma como o aspirante a ditador Chavez, tira qualquer um do sério, e ainda por cima, é provocador, pois ainda não se calou, continua a alimentar a polémica!
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