26.12.07

Festivos equívocos


Regressou a calma. Ficaram para trás supostas ou reais alegrias, os gastos e o desgaste.

Há um tempo e uma idade para tudo. Mas parece-me que nunca ouvi, como este ano, tantas pessoas desejarem Boas Festas ao mesmo tempo que confessavam sofrer antecipadamente com a perspectiva da invasão de filhos, netos e sobrinhos, queixando-se (aos outros) do malentendido que se anunciava como de festa e de reencontro.

As crianças agradecem. São atafulhadas de embrulhos sem perceberem muito bem a razão, fingem acreditar que não é o avô que está vestido de Pai Natal e tiram partido da situação. Melhor para elas.

Quanto aos adultos que não acreditam no Menino Jesus, há sobretudo trabalho e comezainas - como se do fim de um ramadão se tratasse. Este ano, vieram à televisão uns fundamentalistas das dietas aconselhar-nos a comer um prato de sopa ou uma fatia de pão escuro antes da ceia para depois termos menos fome. Sera que há pachorra?

Há também as complicações das famílias. No caso de um casal meu amigo, em que ambos têm pais separados e recasados, há tantas refeições a marcar, e com tantos filhos e enteados, que os almoços e ceias começam no dia 24 mas só param lá para 27.

Quase não ouvi notícias, a não ser como fundo de outros barulhos. Mas parece que o Sócrates continua contente, o Cardeal preocupado e o Papa igual a si próprio. Ainda bem.

Não desanimem porque para o ano há mais – a nossa matriz judaico-cristã assim o determina.

1 comments:

samuel disse...

Mas é duro!... :)))