Este foi o «meu» muro de todos os dias, por mais surrealista que hoje pareça: a porta de entrada da IBM.
Fotografia tirada no dia das eleições para a Assembleia Constituinte (25 de Abril de 1975).
A síntese nem sempre era fácil.
(*) Os quatro primeiros comentários a este post funcionam como uma espécie de adenda.
5 comments:
Confesso.
Eu andei, com mais uns quantos militantes, a colar estes cartazes durante a noite, junto à porta da empresa onde entraria às 9 horas para trabalhar.
Nestes tempos tínhamos ideias bastante estranhas sobre a capacidade de moldar os espíritos através da propaganda artesanal e da manifesta dedicação à causa.
Durante meses, dentro da empresa que era líder mundial das tecnologias da informação, fomos aprendendo as limitações da comunicação e do exemplo com muitas desilusões e algumas vitórias.
Nos anos que se seguiram aprendemos a controlar as mensagens e a fazer guerrilha com a informação num ambiente que, de hostil, passou a ser receptivo.
Eu não tinha cartazes para colar.
Mas testemunho aqui, «publicamente», que os esquerdistas tresmalhados que eu e alguns outros éramos só conseguiram ultrapassar as divergências com os PC’s, numa primeira Comissão de Trabalhadores mais ou menos épica, porque o Fernando teve sempre no ADN uma maleabilidade que resistiu a todos os centralismos democráticos que então o comandavam.
Eu também, como mais um esquerdista tresmalhado, não tinha cartazes para colar, mas também não tinha tempo para o fazer.
Além da Comissão de Trabalhadores onde, apesar do ADN do Fernando, ainda nos davam algum trabalho [os PC’s], ainda os tinha que enfrentar (meu irmão inclusivé) na Associação. de Amizade Portugal-Moçambique e nuns debates, em casa do meu amigo Calafate, onde a "fera" era o Durand Clemente e outros...
Mas, apesar de tudo, a democracia e a tolerância venceram.
E aqui nos encontramos os três primeiros testas de ferro do PREC na IBM. Já esteve para virar livro (talvez um dia...).
Ficou muita coisa em comum e, pelo menos para mim, duas amizades à prova de décadas - o que já não é pouco.
O mais importante de tudo é usarmos aquilo que aprendemos para melhor continuar a aprender.
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