Para quem acompanhou minimamente a história do Concílio Vaticano II e as vicissitudes que se seguiram, o nome de Marcel Lefebvre, arcebispo católico francês, representou sempre tudo quanto houve de mais conservador e reaccionário.
Lefebvre recusou-se pura e simplesmente a acatar as directivas do Concílio, muito especialmente a substituição do latim pelas outras línguas nos actos litúrgicos, a abertura ao ecumenismo e determinados princípios de liberdade religiosa.
Em 1970, criou um movimento integrista denominado «Fraternidade sacerdotal S. Pio X», em 1976 ordenou padres e em 1988 bispos, contra todas as directivas de Roma. Perante este último acto, João XXII «expulsou-o»» da igreja («excomungou-o» é o termo técnico adequado), provocando com esta decisão um verdadeiro cisma.
É sabido que Bento XVI iniciou contactos com os responsáveis do referido movimento (sucessores de Lefebvre, já que este morreu em 1991) pouco depois de ter sido eleito papa e, também, que algumas das revindicações mais conservadoras foram sendo satisfeitas, como, por exemplo, a utilização embora mitigada do latim.
Aparentemente, as negociações para o regresso destas ovelhas ao redil (e que ovelhas e que triste redil...) avançaram agora com muitas mais concessões. Pede-se-lhes apenas, para que voltem, que reconheçam a autoridade do papa (pois com certeza...) e que nada digam contra a igreja (obviamente). Mas terá sido retirada qualquer exigência quanto ao reconhecimento dos ensinamentos do Vaticano II.
É assim virada, definitivamente, o que foi uma página de esperança para os católicos dos anos 60. A tentativa de aggiornamento por parte de Roma - primeiro entusiástica, depois hesitante e guardada na gaveta - foi agora oficialmente rasgada e enterrada.
Fonte entre outras.
3 comments:
eu vou suspirando, cara Joana. Mas que outra coisa esperar do Vaticano?
Bom dia Joana
No que se refere o regresso ao uso do latim, tem o meu apoio incondicional. Acho a prática altamente benéfica. Assim ninguém perceberá as asneiras que forem ditas ou escritas.
nelson anjos
Cara Joana,
Os que têm o LIVRO... NUNCA se regeneram.
Veja-se os judeus, que têm o TALMUDE; veja-se os católicos, que têm a BIBLIA; veja-se os muçulmanos, que têm o CORÃO e, veja-se....os comunistas, que têm o DAS KAPITAL!
É a vida, como gostava de dizer o "beato" eng.º que nos governou, faz já algum tempo.
Abraço,
Zé Albergaria
Enviar um comentário