28.12.08

Bora lá ao Amadora-Sintra










O que se passou no dia 26 com a afluência às Urgências, na área da Grande Lisboa, toca as raias do absurdo.

É certo que a gripe anda por aí a caçar portugueses (parece que ucranianos, brasileiros e outros que tais têm escapado...), mas que seja precisamente no dia seguinte ao Natal que se dá a grande invasão cheira um pouco a esturro. Certamente que já se tossiu muito a 24 e 25, mas não dava jeito nenhum levar o velhote ou a criancinha ao banco quando o bacalhau estava ao lume e as rabanadas em cima da mesa.

A 26, foi só decidir quem ia passar o dia à espera de uma aspirina ou a fazer as últimas compras no Colombo.

P.S.1 - Ler o comentário que a Ana Matos Pires deixou na C. de C.
P.S.2 - Vim agora do Colombo. Estavam lá todos os que tinham ido no dia 26 mais os que já que beneficiaram do efeito das asprinas do Amadora-Sintra.

8 comments:

Anónimo disse...

Bolas, Joana, pensei o mesmo. Vá lá que serviu para me lembrar de uma cena engraçada que se passou com um amigo meu há um bom par de anos. Sendo ele Clínico Geral num Centro de Saúde do centro de Lisboa, era visitado muuuuuito regularmente por uma velhinha que vivia só (se a memória não me falha, levava-lhe uma bucha a meio da manhã várias vezes por semana). A determinda altura deixou de saber dela durante umas semanas e quando decidiu dar corda aos sapatos para perceber o que se passava a velhinha lá lhe aparece na consulta. "Estva preocupado consigo, D. Maria", diz-lhe ele, ao que ela lhe responde "Sabe lá, Sr. Doutor, estive tão doente, tão doente... nem conseguia vir visitá-lo" ;-)

Joana Lopes disse...

Eh! Eh! Quem é médico ou famíla de, sabe que é assim mesmo.

maria disse...

ou como costuma dizer uma irmã minha:"se tivessemos bons padres não havia tempos de espera tão grandes para o médico". Ela nem consome nada de religião, mas acho que tem um bocado de razão. Passou para o médico o papel que cabia antes aos padres.

Joana Lopes disse...

Há menos padres, mas ainda há muitos farmacêuticos e outros que tais...

Anónimo disse...

A Joana esquece-se que os médicos de família não funcionam e que é por isso que tudo vai para os hospitais. As pessoas têm de recorrer a alguém.

Joana Lopes disse...

Não esqueço, M. José. Estamos a falar da Grande Lisboa, não de um deserto e há muita informação sobre a ineficácia de ir para uma urgência por haver sintomas benignos de gripe. Farmácia e aspirinas são solução para mais de 50% dos casos. Há um certo masoquismo de subdesenvolvimento nisto tudo. Eu preferia piorar até ter de chamar o 112 a esperar 20, 10 ou mesmo 2 horas para dizer que me doía a garganta ou estava com arrepios de frio!!!

Anónimo disse...

Uma ideia que eu não tive. Acertaste. E quem sabe alguma coisa das urgências, dos médicos de família, etc. intuía isso. Eu não. Aquelas coisas têm calendários próprios que não são propriamente os das doenças. E a Comunicação Social vai rufando os tambores das grandes paradas.

A ideia da doença agita a nossa vida, os nossos comportamentos. O bem estar do nosso corpinho, aquele com que vivemos, é indispensável. É bom. Ajuda o comércio. Os padres, coitados, que noutros tempos faziam o comércio com a morte, estão prejudicados. E bem, passaram a ser menos uma presença macabra.

cs disse...

Se calhar convinha saber ao certo que aumento é este que se fala e se ele efectivamente é verdadeiro ou se existem 250.000 vacinas em stock. Por outro lado convém analisar e informar que os hospitais têm em muitos casos as enfermarias cheias e os serviços gerais fechados e o próprio
hosptal reduz pessoal e manda os doentes internos para as urgências nestes dias. Em parte terá razão, mas a comunicação social pode estar a ser manobrada por outros interesses. Se calhar desviar doentes para as privadas?
:)) Um Bom Ano para si Joana e bons post

:))