...foi o que Marcelo Rebelo Sousa concluiu das afirmações de Manuel Alegre, no encerramento do Fórum «Democracia e serviços públicos» que um conjunto de organizações de Esquerda organizou hoje, na Cidade Universitária em Lisboa.
É talvez demasiado cedo para saber se foi ou não um dia histórico, mas é verdade que Manuel Alegre foi mais claro do que nunca: «A reconfiguração da esquerda implica a capacidade e a vontade de construir uma perspectiva alternativa de poder.»
Eu estava lá e ouvi. Como ouvi tudo o resto que foi dito nos três discursos da última sessão que quase encheu a Aula Magna. Não concordei nem com 50% do que foi dito. E, no entanto, saí convencida de que por ali estava a passar a esperança de um futuro um pouco melhor para Portugal. Não só, e talvez nem tanto, pelos oradores e pelos seus discursos, mas pela assistência. É que não se viam apenas bloquistas, alegristas e renovadores, mas dezenas ou mesmo centenas de «tresmalhados» como eu, que têm em comum algumas utopias, mas que sabem também que é urgente que algo aconteça a curto prazo.. E que nada, mas absolutamente nada têm a ver com congressos no Campo Pequeno ou com a maioria absoluta daquele senhor que nem sei quem considera como o 6º mais elegante do mundo.
P.S. - De acordo com Daniel de Oliveira.
E já agora: são os blogues de direita que, aparentemente, estão a dar maior importância ao evento. Curioso...
15 comments:
"Eu estava lá e ouvi. Como ouvi tudo o resto que foi dito nos três discursos da última sessão que quase encheu a Aula Magna. Não concordei nem com 50% do que foi dito. E, no entanto, saí convencida de que por ali estava a passar a esperança de um futuro um pouco melhor para Portugal."
A fé é que nos salva...
(LOL, LOL, LOL)
"Eu estava lá e ouvi. Como ouvi tudo o resto que foi dito nos três discursos da última sessão que quase encheu a Aula Magna. Não concordei nem com 50% do que foi dito. E, no entanto, saí convencida de que por ali estava a passar a esperança de um futuro um pouco melhor para Portugal.
A Fé é que nos salva...
(LOL,LOL,LOL)
Eu gostava que assim fosse, mas a verdade é que os portugueses continuam a ser aquele povo que aguentou o Estado Novo durante 48 anos, e que dias antes do 25 de Abril ainda enchia estádios em comícios de apoio ao regime. Não se revoltou nem se vai revoltar nunca.
Fernando,
Eu sabia que alguém sublinharia essa frase, mas não me apeteceu explicar tudo. Faço-o agora: 100% do 1º discurso e mais uns «pozinhos» dos outros dois defenderam descabeladamente os professores - e aí sabes qual é a minha posição.
Não será tanto fé, mas uma réstea de esperança.
Bom dia, Toix, com um abraço para a minha terra
Não se trata aqui de «revolta», mas de coragem apenas para tentar melhorar UM POUCO os tempos que aí vêm.
esta tresmalhada que não esteve na aula magna agradece-lhe penhoradamente este feed-back. Está tudo tão preocupado com o tijolo que o alegre atirou ao tal 6º mais elegante - não sabia, não sabia - que se esquecem do essencial: urgem tempos de mudança.
Cara Io,
Que não tenha ido à Aula Manga, nada de mais normal. Mas não saber que o nosso PM é o 6º mais elegante do mundo - com franqueza!!!
Abraço
Boa noite Joana,
Pois eu também. como o F. Penim Redondo, reparei na sua frase de " não concordar nem com 50% do que foi dito."
Além de aparentemente passar a ser uma questão de fé ( volto a estar com mo citado ) é também o acreditar em homens providenciasi que me preocupa.
Se não concordamds com as ideias, acredita que haja uma alternativa de fé e com uns iluminados ? É uma combinação que geralmenbte dá disparate.
Quanto aos "tresmalhados" nada contra... agora ao ver a lista de "independentes" ligados ao PCP ( onde é que eu já vi este filme ? ) até me dá arrepios.
Cumprimentos
Olá, António
Começando pelo fim: «independentes ligados ao PCP»? Não vi isso escrito em nenhum lado, pode ter-me escapado.
Já disse ao F. Redondo a que é que me referia na dita frase onde falo dos 50%.
Não vejo onde é que encontra qualquer entusiasmo meu com «iluminados» ou fé nos mesmos. Se ler bem o que escrevi, verá que sublinhei, sobretudo, uma assistência numerosa e multifacetada, cuja presença, por si só, foi significativa de uma certa «esperança» ( que é diferente de fé)..
Re boa noite Jona,
Eu não digo que Joana tenha dito o que eu dou a entender. Não. Tenho a certeza de que não o disse no seu post.
O que eu digo é que um movimento sem ideias claras e baseado na boa intenção de alguns iluminados ( e não me diga que o Alegre e o Louçã não se sentem assim ) é uma combinação perigosa.
Quanto aos independentes do PC não está dito no seu post mas fui eu que li mal ou na comissão promotora do forum não estavam lá alguns ? Nomeadamente dirigentes sindicais do Profesores ligados à FENPROF.
Vá lá não vamos ser ingénuos.
Já todos demos para esse peditório. Eu não volto a dar
Cumprimentos
Ola Joana,
Estava à espera de ler o teu post!
Obrigado pelo feed back! Como dizemos aqui "à suivre com muita curiosidade" e talvez optimismo para alimentar um pouco a nossa utopia et les desespoir de cause! Tambem não sabia do 6° mais elegante!!!
Um abraço
Rosa
Bem já não me sinto tão miserável, ainda que, bem vistas as coisas, é absolutamente imperdoável! :-)
Olá Rosa, há muito tempo que não deixavas rasto! Abraço
Para ti apara a Io: este post já terá servido para vocês se orgulharem da elegância do nosso primeiro!!!
Regresso agora a si, António P.
Confesso que não escalpelizei a lista da Comissão Promotora do Forum. Quanto à direcção do Sindicato dos Professores, os dois únicos elementos que conheço estavam lá e sei que já não são do PC. Portanto, passo neste ponto.
Eu não me sinto a dar para nenhum peditório, nem por ter ido assistir ao encerramento do Forum, muito menos pelo que escrevi neste post. O que não estou é, à partida, CONTRA, como parece ser o seu caso. Certo?
Parecendo as circunstâncias favoráveis a um mais extenso e profundo debate, seria estar alheado ou de todo desinteressado não o seguir e não participar. Sem expectativas de maior. Expectativas que, até ao nível do circunstancial e no grau da sua satisfação, só podem ficar aquém dos graves problemas do momento e nomeadamente o da crise económica.
Jogando-se alguma coisa entre as forças políticas, o que acontece até no Parlamento, seria o desleixo do deixar andar não traduzir na força possível as condições que possam existir. Incluindo a força parlamentar. Alguma coisa se poderá obter, mas não esperemos exageradamente. Também aqui.
As visões gerais que se podem ter (e devem ter) sobre as grandes transformações, não nos devem inibir o viver aqui e agora. Embora se possam considerar poderosíssimas todas as forças integradoras do sistema capitalista, o certo é que não se pode ficar em inacção. Em inacção, por crença de que nada será definitivamente alcançado com o que quer que discutamos ou que façamos.
É já a derrota antes de um primeiro passo.
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