isto é tão deprimente. não sei em quem me apetece mais dar estalos, se a quem tem esta incultura se às pessoas que gargalham ao ouvir os disparates. é por causa disto que os caminhos da memória são fundamentais. Porque um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la.
Vá lá, não tiremos conclusões rápidas. Esta é mais uma amostra exemplar... O objectivo era mostrar o pessoal a gaguejar, e foi o que fizeram. Só incluiram os que deram as piores respostas, e cortavam o pio ao pessoal que sabia alguma coisa (como aquele africano, a quem só deixam o hmmmmm).
Não acredito que isto seja um retrato fidedigno do povo português. É puro lixo televisivo, para variar.
Por outro lado, e digo isto em defesa daqueles entrevistados, imaginem uma câmara de tv a apontar para vós, e respondam imediatamente, sem fazer hmmmmm nem nada: quem era Salazar? quem é que o 25 de Abril derrubou? o que é que aconteceu ao Américo Thomaz? o que era a CUF? o que era o Tarrafal?
Também acredito que a amostra não seja 100% representativa por condensar uma série de respostas em poucos minutos. Mas estamos fartos de ver casos exemplares deste tipo de ignorância.
Quanto aos exemplos que dá, sinceramente, julgo que não faria hmmmmmmmm para responder a qualquer das questões que enumera...
A Joana Lopes, com certeza que não. (é outra amostra pouco representativa)
Mas se as perguntas fossem sobre outros temas de cultura geral, talvez fizesse mmmmhhhh, e desse a seguir a resposta certa. E sentir-se-ia incomodada se aparecesse na televisão a fazer mmmhhh e a imagem fosse cortada aí mesmo.
Penso que alguns dos mmmmh são motivados pela procura das palavras certas. As pessoas sabem, ou têm uma ideia, mas não têm as palavras aprendidas da cartilha e prontas a disparar no momento em que lhes apontam uma câmara de tv. Se lhes tivessem dado um minuto para pensar na resposta, seguramente teriam respondido melhor.
Há, com certeza, muita ignorância. Já vi até sinais, nos blogues, de andarem a limpar a memória da PIDE. Sem comentários. Mas este filme é uma manipulação grotesca.
Quando se fala com colegas de trabalho que estão na casa dos 50 ou menos sobre situações e pessoas do 25 de Abril e anteriores, dizem que nessa altura eram muito jovens ou não tinham nascido (um colega engenheiro com cinquenta e tal anos, quando lhe falei do Otelo, do Costa Gomes e de outros, disse-me que não os conhecia, porque tinha 14 anos no 25 de Abril). É caso para se lhes perguntar se já eram adultos aquando das Invasões Francesas, ou dos Descobrimentos, ou se nunca tinham ouvido falar do Camões, ou das Lutas Liberais, etc., etc..
8 comments:
isto é tão deprimente. não sei em quem me apetece mais dar estalos, se a quem tem esta incultura se às pessoas que gargalham ao ouvir os disparates. é por causa disto que os caminhos da memória são fundamentais. Porque um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la.
Pois é, D. Ester, mas estas pessoas estão tão longe, mas mesmo tão longe de tudo o que é memória!...
Vá lá, não tiremos conclusões rápidas.
Esta é mais uma amostra exemplar...
O objectivo era mostrar o pessoal a gaguejar, e foi o que fizeram.
Só incluiram os que deram as piores respostas, e cortavam o pio ao pessoal que sabia alguma coisa (como aquele africano, a quem só deixam o hmmmmm).
Não acredito que isto seja um retrato fidedigno do povo português. É puro lixo televisivo, para variar.
Por outro lado, e digo isto em defesa daqueles entrevistados, imaginem uma câmara de tv a apontar para vós, e respondam imediatamente, sem fazer hmmmmm nem nada:
quem era Salazar? quem é que o 25 de Abril derrubou? o que é que aconteceu ao Américo Thomaz? o que era a CUF? o que era o Tarrafal?
Também acredito que a amostra não seja 100% representativa por condensar uma série de respostas em poucos minutos. Mas estamos fartos de ver casos exemplares deste tipo de ignorância.
Quanto aos exemplos que dá, sinceramente, julgo que não faria hmmmmmmmm para responder a qualquer das questões que enumera...
A Joana Lopes, com certeza que não.
(é outra amostra pouco representativa)
Mas se as perguntas fossem sobre outros temas de cultura geral, talvez fizesse mmmmhhhh, e desse a seguir a resposta certa. E sentir-se-ia incomodada se aparecesse na televisão a fazer mmmhhh e a imagem fosse cortada aí mesmo.
Penso que alguns dos mmmmh são motivados pela procura das palavras certas. As pessoas sabem, ou têm uma ideia, mas não têm as palavras aprendidas da cartilha e prontas a disparar no momento em que lhes apontam uma câmara de tv. Se lhes tivessem dado um minuto para pensar na resposta, seguramente teriam respondido melhor.
Há, com certeza, muita ignorância. Já vi até sinais, nos blogues, de andarem a limpar a memória da PIDE. Sem comentários.
Mas este filme é uma manipulação grotesca.
Essa de «limpar a memória da PIDE» interessa-me: quer explicitar?
subscrevo integralmente o comentário da dona ester.
Quando se fala com colegas de trabalho que estão na casa dos 50 ou menos sobre situações e pessoas do 25 de Abril e anteriores, dizem que nessa altura eram muito jovens ou não tinham nascido (um colega engenheiro com cinquenta e tal anos, quando lhe falei do Otelo, do Costa Gomes e de outros, disse-me que não os conhecia, porque tinha 14 anos no 25 de Abril). É caso para se lhes perguntar se já eram adultos aquando das Invasões Francesas, ou dos Descobrimentos, ou se nunca tinham ouvido falar do Camões, ou das Lutas Liberais, etc., etc..
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