Na ânsia mal contida com que esperamos o discurso de Ano Novo de Cavaco Silva, sabe bem recordar o nunca assaz apreciado Américo Thomaz que, em cada 1 de Janeiro, nos brindava sempre com as suas mais profundas reflexões existenciais. Qual crise, qual economia! Filosofia pura e dura.
«Decorreu célere, como os que o precederam, o ano que acabou de sumir-se na voragem do tempo. Outro o substituiu, para uma vida igualmente efémera. Nesta mutação constante, afigura-se haver agora um fenómeno de visível incongruência, pois, quando tudo se processa a ritmo que se acelera constantemente, pareceria lógico que de tal circunstância resultasse um aparente alongamento no tempo e não precisamente o inverso.»
E explicou melhor: «Se sempre o presente, mal o é, se torna logo em passado, nunca, como nos nossos dias, tão evidente verdade pareceu mais evidente.»
1/1/66
Alguém diria melhor?
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