Confesso que não sabia da existência do MQED (Movimento de Quadros de Escola Desterrados). Cheguei lá hoje através de uma notícia do Público e, como o nome deixa adivinhar, este movimento tem como objectivo protestar contra determinadas alterações nas regras de colocação de professores, que, aparentemente, diminuem a possibilidade de estes trabalharem tão perto de casa quanto possível. Não discuto os altamente prováveis defeitos das ditas alterações nem o legítimo desejo de evitar horas de viagens por dia.
Mas há anos que me pergunto se e por que razões Portugal há-de ser, neste campo também, uma excepção (não só quando se fala de professores, mas também de médicos, por exemplo). A França é um país nem sei quantas vezes maior que Portugal e os franceses andam a vida toda com a casa às costas. Conheci um colega americano quando ele ia, por motivos profissionais, na sua 24ª cidade. Têm subsídios para instalação, para rendas de casa? Talvez, mas então crie-se um clima em que vá sendo possível exigir essas condições. Há problemas com o trabalho profissional dos dois membros do casal? Talvez, mas os não-portugueses resolvem-nos.
Sempre emigrámos mais facilmente para o Brasil do que para Trás-os-Montes. Mas ou isto muda ou, muito em breve, teremos todos os portugueses aos empurrões no litoral, deixando o resto das terras para os linces ibéricos e outros que tais.
Pois: talvez este vídeo ajude a perceber.
2 comments:
É por essas e outras que desistimos daquela do Minho a Timor.
Já, este bocadinho nos parece tão grande que vamos desistindo dele aos poucos.
Que fastio!
a mim irrita-me, sei que alguns até podem passar algum tempo de herodes para pilatos mas depois estabilizam, todos os que conheço a partir dos 30 e poucos estão em casa ou perto dela. E dizem isso como se fosse apanágio apenas deles, o que eu mais conheço são outros profissionais a quem acontece o mesmo ou pior. A minha amiga V. foi para Los Angeles fazer um pos-doc, o que significa que já fez um mestrado e um doutoramento, que trabalhou como "uma galega", este ano no Natal não veio ver a família porque as viagens são muito caras. Quando quiser voltar a Portugal não tem certeza nenhuma de conseguir emprego. É só um exemplo.
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