16.7.09

Este país perdeu o tino, a armar ao fino
















Maçanetas de portas, teclados de computador, galheteiros nos restaurantes, carrinhos de compras no supermercado, livros na FNAC, hóstias e água benta nas igrejas, qualquer nota de 20 euros – tudo objectos perigosíssimos, a evitar sem hesitação se não tiver um lavatório no raio de um metro (e, mesmo assim, não se esqueça de lavar a torneira do dito lavatório antes de a fechar ou correrá o risco de ser ela a infectá-lo).

Nem sei quantos mails recebo por dia cheios de avisos e de conselhos (só comparável ao número daqueles que me pediam para convergir com esquerdas na corrida à CML e que, agora que estas já convergiram muito, me sugerem que diga que votarei em António Costa, aparentemente para que outros me imitem). Já nem os abro – salto, compulsivamente, para a tecla «delete».

Que venha a gripe se for caso disso. Mas nada, nem ninguém, conseguirá acordar uma hipotética costela hipocondríaca que nunca reconheci em mim. Vou passear o cão - sem desinfectar a trela.


P.S.- Mesmo a propósito.

5 comments:

Woman Once a Bird disse...

Em consonância. Os mails sobre a gripe A juntam-se aos que nunca leio. Não há pachorra para a histeria colectiva.

Jorge Conceição disse...

Têm sorte. Em vez dos "mails" sobre a gripe, que não tenho recebido, recebo a toda a hora "mails" sobre o Sócrates, o que acho bem pior...

Enfim, embora a despropósito, permitia-me sugerir um "post" sobre uma outra epidemia que tem vindo a matar pessoas que têm a particularidade de ser russas e de pugnarem pelos direitos humanos, sobretudo quando desactam a fazer investigações por conta própria, embora com o estatuto de jornalistas, como agora aconteceu com a jornalista Natalia Estemirova e já tinha acontecido com a Anna Politkovskaya.

Eu sei pouco sobre a Chechénia. Para além do que os jornais escrevem, só li o romance de John Le Carré (com uma tradução medíocre em português) chamado "Um Homem Muito Perseguido". Mas este livro deixa antever um pouco a possibilidade de a curiosidade jornalística ser uma doença que se pode tornar mortal se incidir sobre o modo como as forças e autoridades russas se têm comportado em alguns dos estados da antiga União Soviética.

Joana Lopes disse...

Eu sei muito pouco sobre o assunto, para além do que vem nos jornais, mas obrigada pela sugestão. Vou tentar.

Isabel disse...

Joana

Deixe-me entrar para o seu clube :)

Joana Lopes disse...

Seja bem-vinda, Isabel!