«Desmemória quanto ao passado mais recente, em que o PREC, esse breve e conturbado período de “desnorte”, se foi tornando um trauma reprimido e silenciado, povoado de fantasmas que convém não acordar, sendo mais aconselhável apresentar o 25 de Abril como uma narrativa quase milagrosa: uma madrugada libertadora, um povo que da noite para o dia se descobre anti-fascista, uma revolução sem sangue por acção de um só homem, Salgueiro Maia, o herói post-mortem (porque em vida sabemos como foi...) retocado por sucessivas manipulações de memória, que o desvinculam do enorme colectivo injusta e escandalosamente silenciado.
De uma forma sucinta, podemos dizer que a nossa memória colectiva continua a produzir (e a consumir) de Portugal uma imagem dominante, que sob a gigantesca mistificação da identidade nacional, veicula fórmulas em que se casa o branqueamento histórico com o conservadorismo mais retrógrado (…)»
De um texto de Maria Manuela Cruzeiro, «Memória individual / memória colectiva: conflito e negociação». A ler na íntegra.
1 comments:
Um só homem:SALGUEIRO MAIA, porque todos os outros evapovravam-se pelas tocas, ao sinal de fracasso de Salgueiro Maia.
São esses que fugiam para as tocas que ficam a brilhar nas páginas da história!
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