25.10.09

Eles andam por aí…













Ciclicamente, aparecem petições para que seja reposto o nome original de Ponte Salazar na actual Ponte 25 de Abril. Aí está mais uma que neste momento já tem cerca de 900 assinaturas. Há também uma página no Facebook com mais de 1.600 fãs, etc. etc.

Copio um parágrafo do texto da dita petição (que, já agora, podia estar mais escorreitamente redigida...):
«É neste contexto, que, indignado pelo tratamento continuado de parte importante do que somos hoje como nação, e para que a reposição da justiça seja efectiva, cabe a nós, cidadãos, utilizando o direito à indignação, e acima de tudo não colaborar mais com a hipocrisia, denunciar, e por todos os meios, rectificar mal entendidos ou actos cometidos no calor da agitação, própria, dos momentos de fraqueza da nossa História.»

O «momento de fraqueza da nossa história» foi certamente o 25 de Abril e a concretização do que ele representou, por exemplo, com a eliminação do nome de Salazar uma das pontes que liga Lisboa à margem Sul.

Mais papistas do que o papa são estes senhores, já que o próprio Salazar, quando visitou a ponte na véspera da sua inauguração, previu que o nome seria um dia alterado:
«As letras estão fundidas no bronze ou simplesmente aparafusadas? É que, se estão fundidas no bloco de bronze, vão dar muito trabalho a arrancar.»


P.S. (1) - No fundo, é deste Portugal que esta gente tem saudades:




P.S. (2) - E não é que ele, @oliveirasalazar, o propriamente dito, me respondeu no Twitter?
@joanalopes É legitimo. O Sidónio Pais tem uma avenida, o Marquês tem um estátua e praça. Igualdade de oportunidades para os ditadores.

3 comments:

septuagenário disse...

A ponte não tem culpa nenhuma.

Mas as duas vezes que a batizaram, qual delas com mais falta de imaginação.

Só que da segunda vez nem sequer era óbvio! antes pelo contrário.

Joana Lopes disse...

Ambíguo qb, caro Septuagenário...
O que será um nome óbvio para uma ponte?

septuagenário disse...

A obra pública mais emblemática do Estado Novo, ao ser rebatizada com a data mais emblemática do século, foi a cereja em cima do bolo para a "memória" do botas.

É óbvio que não era essa a intenção.