Confesso que fiquei bastante admirada com o entusiasmo generalizado a propósito da vitória do Brasil na luta pela realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Claro que a alegria de Lula era contagiante e que o Rio de Janeiro continua certamente lindo. Terá sido provavelmente porque a nossa pátria é a língua portuguesa (houve quem o dissesse e fica sempre bem…) ou porque, para todos os efeitos, temos sempre a secreta esperança que isto ainda volte a ser o tal grande império colonial de que falava o Chico Buarque.
Mas então Chicago, com o encanto de se esperar um Al Capone a cada esquina? E sobretudo Madrid, santo deus! Aqui tão perto, com aumento garantido de toda a espécie de importações, com perspectivas tão excelentes para o quarto ou quinto governo do PS depois do próximo ou até, quiçá, para a tal «esquerda grande» com que sonha Louçã!
Além disso, com algum empenhamento da nossa diplomacia, talvez se conseguisse que Tony Carreira acompanhasse uma espanhola mais modernaça do que a Monserrat Caballé na cerimónia de abertura ou de encerramento, não?
Então e o TGV? Se Madrid tivesse sido escolhido ontem, nem mais uma voz ousaria falar de adiamentos e a aprovação do próximo Orçamento seria trigo limpo. Quantos milhões de chineses, russos e pigmeus não dariam um salto a Lisboa? E quanto portugueses não se poriam a caminho para ver um ou dois patrícios subir ao pódio? Foi um azar, acreditem…
P.S. - Pois...
3 comments:
Mas os Jogos Olímpicos não são uma coisa que só se vê na televisão?
Qual quê! Movimentam-se multidões! Estive em Pequim uns quatro anos antes dos últimos JO e era um estaleiro de prédios e estradas por causa dos ditos cujos.
Bom, se é preciso aumentar o número de prédios do Rio de Janeiro...
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